Blog conecta.ag | Entidades arrozeiras pedem urgência para alterar regime do ICMS gaúcho

Federarroz: Entidades arrozeiras pedem urgência para alterar regime do ICMS gaúcho

Representantes do setor estiveram em reunião com o governador do Rio Grande do Sul reforçando que regime atual prejudica competitividade do produto do Estado

 

Por Notícia Agrícolas


Segundo informações divulgadas pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul  (Federarroz), entidades que representam o setor da cultura do cereal se reuniram no último dia 27 de julho com autoridades estaduais. O grupo, integrado pelas entidades Federarroz, Sindapel, Fearroz e Sindarroz, esteve com o governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, e com o secretário da Fazenda do Estado, Marco Aurélio Cardoso com o objetivo de debater alterações urgentes no regime tributário relativo ao ICMS gaúcho.

 

A cadeia orizícola do Rio Grande do Sul, conforme pleito das entidades que estiveram na reunião, tem perdido espaço no suprimento dos principais mercados consumidores de arroz no Brasil em função da falta de competitividade e de mudanças nas políticas tributárias em Estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo. De acordo com informações divulgadas pela Federarroz, estes Estados operam com isenção do ICMS na comercialização interna do arroz, de modo que passam a priorizar a aquisição de arroz em países estrangeiros.

 

 

O diretor Jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, pontua que a continuidade da perda de competitividade que a questão do ICMS vem revertendo se revela insustentável para a cadeia orizícola do Estado. "Apesar de meses de negociação, o governo Gaúcho não revelou, até o momento, sensibilidade aos alertas que vêm apresentados pelas entidades do setor, no sentido de que a inércia do Estado vai reverter na extinção de um setor que umas das principais culturas agrícolas do Rio Grande do Sul, sendo a mais importante sobre os aspectos econômicos e sociais da Região do Sul do Estado", destaca.

 

“O Rio Grande do Sul é responsável pela produção de mais de 70% da safra de arroz do país, o que o torna ator fundamental na garantia da segurança alimentar do povo brasileiro. O Estado já produziu mais de 1 milhão de hectares de arroz por safra, mas vem apresentando redução na área plantada, sendo projetados para o período 2022/2023 uma considerável redução na oferta, podendo levar a safra para cerca de 800 mil hectares”, ressaltou a Federarroz.

 

Santa Catarina amplia produção de arroz e se consolida como maior média de produtividade do Brasil

Santa Catarina colheu 1,25 milhão de toneladas de arroz nesta safra 2021/22, um patamar 0,25% superior ao registrado na colheita passada da temporada 2020/21. Para chegar neste volume, o estado registrou média de produtividade de 8,48 toneladas por hectare, marca inferior somente ao recorde de 2017/18. 

 

A analista de socioeconomia da Epagri/Cepea, Glaucia de Almeida Padrão, ouvida pela reportagem do site Notícias Agrícolas, explica que o clima neste ciclo foi positivo, já que a estiagem ficou restrita às regiões Meio-Oeste e Extremo-Oeste do estado, não afetando áreas produtoras mais ao litoral. Outro ponto que contribuiu foi o maior investimento dos produtores capitalizados em tecnologia. 

 

Segundo a Federarroz, o setor orizícola gaúcho tem perdido espaço no suprimento dos principais mercados consumidores de arroz no Brasil - Foto: CNA

 

Sendo assim, Santa Catarina se consolida como segundo maior produtor de arroz do Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul, e como estado com maior média de produtividade do país. 

 

Do lado do mercado, a analista comenta que os preços do arroz vinham de dois anos altistas em meio à pandemia, mas em patamares que não eram sustentáveis a longo prazo. Agora, as cotações recuaram com a safra cheia e diminuíram as margens diante de um custo de produção elevado. 

 

Demanda firme eleva preços em julho, segundo Cepea

As cotações do arroz estão em alta neste mês, de acordo com informações do Cepea. A média ponderada do estado do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), avançou 3,85% na parcial de julho, fechando a R$ 77,24/saca de 50 kg na terça-feira, 26 – entre 19 e 26 de julho, o avanço foi de 0,39%. 

 

Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda um pouco mais firme, com empresas buscando alongar seus estoques, e as maiores paridades de exportação e importação têm elevado os preços domésticos.