FAO aponta que produção de arroz deve registrar avanço de 1% em 2021
Os números chamam atenção para a produção no Brasil, que deve ter avanço de 4,5% em relação ao ciclo anterior


De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a produção de arroz mundial de arroz deve registrar aumento de 1% em 2021, com 780,5 milhões de toneladas, contra 773 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.
Os números chamam a atenção para o aumento na produção do Brasil, que de acordo com a FAO deve avançar 4,5% em relação a 2020. A expectativa é de uma safra recorde na produção asiática graças ao avanço da Índia. Na China, o aumento é estimado em 1%, contra 0,5% em 2020. Para a Tailândia, a tendência é de aumento de 3,5%, enquanto no Vietnã é esperado que a colheita aumente só 0,7%.
Apesar do cenário positivo em algumas áreas, outros importantes países produtores devem registrar baixas neste ciclo. Nos Estados Unidos, o cenário é oposto, após forte aumento em 2020, este ano a produção deve ter um recuo de 10%. Na África subsaariana, a produção de arroz voltou a sofrer com as más condições climáticas. Em Madagascar, estima-se que a produção diminuirá em 3,5% em 2021.
Já em relação aos estoques mundiais, a FAO acredita em um aumento de 0,7% em 2021. De acordo com a entidade, os níveis ainda são satisfatórios ao mercado, com 187,1 milhões de toneladas, montante que representa 36% do consumo mundial do grão. Sendo assim, o percentual fica dentro da média nos últimos cinco anos. Espera-se também um recuo de 0,5% nos estoques chineses.
Exportação
Os dados mostram ainda a expectativa de aumento de 5% nos países exportadores. Para o Brasil, há expectativa de um mercado mais aquecido. Ao final deste trimestre o país deve enviar aproximadamente 75 mil toneladas ao México. Em outubro, as exportações brasileiras tinham atingido 80 mil toneladas, contra 90 mil toneladas em setembro, marcando um atraso de 45% em relação a 2020.
Na Índia, a moeda permaneceu fraca em relação ao dólar, o que deu suporte para as vendas indianas seguirem no patamar de 1,5 milhão de t por mês.
Na Tailândia, os preços mostraram leve melhora nos últimos meses, com avanço de 1%, mas com valorização mais expressiva para o arroz de baixa qualidade, apesar da baixa demanda de importação. O mercado segue atento ao excesso de chuvas no país, que vem atrasando a colheita principal e reduzindo as possibilidades de exportação. As exportações tailandesas tiveram um atraso de 5% em relação ao ano passado.
No Vietnã, o avanço nos preços de exportação foi mais expressivo, chegando a 6% no mês de outubro. No acumulado dos últimos dois meses os preços subiram 11% devido à demanda aquecida no Sudeste Asiático, com destaque para Filipinas, China e África Ocidental.
Já na China, as exportações continuam mais lentas, enquanto as importações seguem mais aquecidas. Os números mostram que a produção pode apresentar um déficit de 5 milhões de toneladas em relação às necessidades de consumo, o que pode dar suporte às importações do grão. O Vietnã, seguido pela Birmânia, Tailândia e Paquistão, são os principais fornecedores.
Também foi observado uma queda nos preços nos Estados Unidos, com leve baixa de 0,05%. As vendas, apesar da baixa, permanecem acima do ano passado, com avanço de 11%.