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Mercado e oportunidades de exportação para trigo, soja e milho

Confira a análise do mercado global para que os agricultores explorem as oportunidades de exportação.

Por Conecta.ag


O mercado global de milho, soja e trigo tem um importante papel no comércio agrícola internacional, já que esses são os principais produtos das commodities. Eles são produzidos em todo o mundo e têm uma demanda considerável tanto para o uso alimentar quanto para fins industriais. A seguir vamos apresentar uma análise do mercado global para que os agricultores explorem as oportunidades de exportação desses produtos.

 

 

Como funciona o mercado de commodities?

Para entender o mercado do trigo, soja e milho, é preciso ter uma visão geral de que eles funcionam baseados em: 

 

  • Produção e Demanda

Essas commodities são produzidas em diversas partes do mundo. Conheça abaixo os principais países produtores que influenciam diretamente a oferta global:

Milho: Estados Unidos, China, Brasil, Argentina e Ucrânia;

Soja: Estados Unidos, Brasil, Argentina, China e Índia;

Trigo: China, Índia, Rússia, Estados Unidos e Canadá;

 

Já para entender a demanda desses produtos, é preciso analisar uma série de fatores como: crescimento populacional, urbanização e mudança nos hábitos alimentares. Além disso, o aumento de renda em países que estão em desenvolvimento também contribui para o maior consumo de produtos derivados de milho, soja e trigo. 

 

  • Tendências de consumo

Há uma crescente demanda por alimentos à base de plantas e produtos saudáveis, o que impulsiona o consumo de soja devido ao seu uso substitutivo da carne, leite vegetal e outros alimentos processados.

O milho também é amplamente utilizado em diversos produtos alimentícios e na produção de biocombustíveis, enquanto o trigo é importante para fabricar massas, pães e cereais. 

 

  • Tendências regionais

As preferências de consumo e as tendências do mercado costumam variar de acordo com a região. Um exemplo é a Ásia, um grande consumidor de milho, principalmente para ração animal e produtos industriais. Neste continente, a demanda por soja também é alta, pois é utilizada para produzir óleos vegetais e comida para animais. Já o trigo é muito consumido na Europa e em partes da Ásia para produtos de panificação.

 

  • Rotas de exportação

As rotas vão depender da localização dos principais produtores e dos principais mercados consumidores. Países com excedentes de produção buscam por mercados externos para vender e precisam exportar por via terrestre, marítima ou até por meio de oleodutos, dependendo da infraestrutura disponível.

 

Diante dessa visão geral do mercado global, você pode ter um panorama inicial para entender como funciona a dinâmica da exportação. Ao compreender esse panorama, você consegue perceber as tendências de consumo que podem influenciar as oportunidades de exportação dessas commodities agrícolas.

 

Safra e mercado de exportação: o que esperar? 

 

  • Soja e Milho:

O mercado de grãos de milho e soja deve se destacar em 2023, já que a lista de exportadores brasileiros foi aprovada pela alfândega chinesa. A China dependia muito dos EUA e Ucrânia como principais fornecedores desses grãos, mas isso mudou desde a guerra contra a Rússia. O acordo entre Brasil e China visa transferir importadores tradicionais de milho brasileiro, como Egito e Espanha, para os Estados Unidos.

 

Com isso, a China deve importar cerca de 18 milhões de toneladas de milho da safra 2022/23. A safra anterior teve altos custos de insumos, preços elevados de frete e clima adverso e, por isso, afetou o desenvolvimento das lavouras deixando a demanda chinesa instável.

 

Para a safra atual, os produtores estão adotando uma postura mais cautelosa e ficando atentos aos preços dos fretes. A comercialização da soja tem sido tímida e os sojicultores estão aguardando o momento mais favorável para a venda.

 

O Brasil é o principal produtor e exportador de soja do mundo, com cerca de 135,409 milhões de toneladas produzidas. O estado do Mato Grosso lidera a produção, com 35,947 milhões de toneladas. Como o país tem um alto número de produção e exportação de soja, o mercado deste produto fica ainda mais visado!

 

Segundo as projeções do Departamento de Agricultura dos EUA, haverá aumento no estoque de soja para 6,42 milhões de toneladas e a safra está estimada para 118,67 milhões de toneladas. Quanto ao milho, os estoques devem aumentar para 33,07 milhões de toneladas, ou seja, uma produção levemente reduzida desde 2022.

 

A Indústria de Transformação registrou crescimento nas vendas, contribuindo para o destaque no setor agrícola nas exportações em 2023. O milho lidera as importações da China, enquanto a soja registra aumento nas exportações, seguida pelo farelo de soja. As estimativas de exportação de trigo são de 109 mil toneladas para este ano!

 

  • Trigo:

Segundo o Gain Report, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de trigo no Brasil para a safra de 2023/24 foi estimada em 11 milhões de toneladas, em comparação com 10,6 milhões de toneladas do ano anterior. A área semeada também apresentou um aumento, pois estava prevista em 3,2 milhões de hectares para 2023/24, em comparação com 3,1 milhões de hectares no ano anterior. 

 

As exportações do trigo para essa mesma safra foram projetadas em 4 milhões de toneladas, em comparação com 3,5 milhões de toneladas da temporada anterior. Ou seja, há uma considerável previsão de aumento de exportação do trigo!

 

De acordo com o relatório Gain Report, ainda há previsão de aumento de 5% no consumo de trigo: no ano anterior foi de 12 milhões de toneladas e, para este ano, a previsão é de 12,6 milhões de toneladas. Isso aconteceu principalmente pelo crescimento do consumo de trigo para ração animal e fins industriais.

 

Clima e acordos de exportação: os dois fatores que vão influenciar os preços nos próximos meses! 

O trigo, milho e soja fecharam com movimentos de alta na Bolsa de Chicago no último mês de junho. A soja e o milho aumentaram o preço em 4%, já o trigo teve um aumento de mais de 5%.

A analista de inteligência de Mercado de Grãos da Stonex, Ana Luiza Lodi, ressalta que a alta no milho é reflexo do clima mais seco no meio-oeste dos Estados Unidos, com previsões de que o tempo ainda vai ficar mais seco. 

 

As condições climáticas também afetaram o preço da soja nos EUA, já que os principais estados produtores estão apresentando um clima mais seco no decorrer do verão americano. Ainda assim, é preciso esperar o final do mês de julho e agosto para ver se a aridez vai ser confirmada e mantida até o restante da safra.

 

Quanto ao trigo, o clima seco em parte da Europa e do Canadá também traz preocupações. Além disso, o conflito entre Rússia e Ucrânia também influencia as cotações. 

 

Embora o acordo de exportação de grãos da Ucrânia esteja em vigor, os embarques têm acontecido de forma lenta. Enquanto isso, a Rússia ainda continua ameaçando não renovar o acordo, o que contribui ainda mais com a alta dos preços. Diante disso, as exportações brasileiras podem ser beneficiadas, principalmente as de milho, já que há um grande volume previsto na safra brasileira!

 

O futuro do preço na Bolsa: fique de olho no clima!

 

Nesta época do ano, as condições climáticas serão levadas em consideração, já que exercem pressão sobre a cotação das commodities. Se houver chuva nas próximas previsões, o preço não deve continuar subindo tanto. A volatilidade das cotações irá permanecer até que haja indicações mais concretas sobre a produtividade das safras nos Estados Unidos, Europa e outros países.

 

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