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Brasil fica com saldo positivo na balança comercial do arroz, aponta entidade

Abiarroz destaca, no entanto, que os embarques de arroz (base casca) de maio registraram o menor volume do ano, com 39.740 toneladas

 

Por Notícia Agrícolas


Segundo dados informados pela  Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o Brasil teve saldo positivo na balança comercial do arroz no acumulado de 2022. O relatório mostrou que de janeiro a maio, os embarques do Brasil chegaram a 557,9 mil toneladas, enquanto as importações atingiram 491 mil toneladas. 

 

A Abiarroz acrescenta, porém, que os embarques de arroz (base casca) de maio registraram o menor volume do ano, com 39.740 toneladas. Já as importações alcançaram 105 mil toneladas, o que gerou um déficit de 66,7 mil toneladas. 

 

 

Já no caso específico do arroz beneficiado, as exportações no acumulado do ano cresceram 11% em valor e 26% em volume em comparação com o mesmo período do ano de 2021. “Mas, tivemos um déficit de US$ 1,45 milhão na balança comercial do beneficiado porque as importações aumentaram”, diz Carolina Matos, gerente de Exportações da Abiarroz.

 

Carolina acrescentou ainda que o setor está sendo diretamente afetado pelas reduções da tarifa de importações determinadas pelo governo federal, destacando ainda a alta dos fretes marítimos que impactam todo setor desde o início da pandemia de Covid-19. 

 

Segundo o comunicado da entidade, é necessário que o governo implemente medidas para diminuir de fato o custo Brasil, como a eliminação da incidência do Funrural sobre as exportações de arroz beneficiado, para que as indústrias brasileiras tenham condições de isonomia na competição com os produtos importados.

 

“Caso contrário, a população começará a consumir produtos de pior qualidade com preços mais acessíveis pela redução da tarifa de importação. Enquanto isso, a indústria brasileira seguirá sendo penalizada pelo custo Brasil.”

 

De janeiro a maio, os embarques do Brasil chegaram a 557,9 mil toneladas, enquanto as importações atingiram 491 mil toneladas - Foto: CNA

 

Mercado 

De acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), divulgada em meados de junho, as negociações de arroz para o mercado externo é o que vêm garantindo a liquidez do mercado mais aquecida no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores apontaram ainda que a indústria doméstica está mais ativa, o que também eleva as ofertas e com vendedores mais interessados, com foco em fazer caixa. 

 

"No entanto, a comercialização do cereal ainda tem sido limitada por fatores logísticos, especialmente diante dos fretes elevados e de dificuldades em encontrar fretes de retornos. Em termos de preços, a média ponderada do estado do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), avançou 0,8% entre 14 e 21 de junho, fechando a R$ 72,79/saca de 50 kg na terça-feira, 21", destacou a análise. 

 

Já com relação a produção de arroz na safra atual, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê volume de  10,5 milhões de toneladas, 10,5% inferior ao volume da safra passada, sendo 9,7 milhões de toneladas de cultivo irrigado e 0,8 milhão de toneladas com o plantio de sequeiro.

 

De acordo com dados do Instituto Rio Grandense do Arroz, a safra 2021/22 finalizou com 927.009 hectares sendo colhidos dos 957.185 hectares semeados no estado. A produção no Rio Grande do Sul, segundo o último levantamento, atingiu 7.708.229 toneladas. O levantamento também revelou uma área perdida de 30.176 hectares no Rio Grande do Sul. 

 

Com relação à média de produção, o Instituto Rio Grandense do Arroz destacou que sobre a área colhida foi de 8.315 quilos por hectare, enquanto a área semeada finalizou com 8.053 quilos por hectare.