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Mudança climática na produção global de arroz
Mudanças climáticas levantam alerta para o setor de arroz: Produção global já sente os impactos e demanda pelo cereal continua em elevação
Segundo pesquisa publicada por semanário norte-americano, principais origens produtoras sofrem os impactos do clima e alerta: setor precisa de inovação com variedades mais resistentes às intempéries do clima


Cada vez mais o avanço das mudanças climáticas chama atenção do agronegócio, seja pela falta ou excesso de chuva, elevadas temperaturas e até frio intenso em diferentes áreas. Fato é que existe um alerta para o setor produtivo que atinge os produtores das mais diversas culturas e nos mais diversos países.
E, segundo informações publicadas pela ScienceNews, as adversidades climáticas observadas mundo afora devem interferir na produção mundial de arroz. De acordo com o semanário norte-americano, as secas e inundações ocasionadas pela aceleração da mudança climática há alguns anos vem colocando em risco a produção global do cereal, chamando atenção do setor.
A publicação destacou ainda que os efeitos climáticos afetam mais de 2.500 agricultores dedicados ao cultivo de arroz na Califórnia e no Vale do Sacramento, que relatam que a cada ano há menos neve acumulada e chuvas mais concentradas nas lavouras.
A ScienceNews trouxe ainda relato de produtores afirmando que nos anos de 2017 e 2019, houve abandono da produção, devido ao excesso de chuva. A família de Peter Rystrom, segundo a reportagem especial, cultiva arroz há quatro gerações.
Já para esta temporada, Peter relatou que as baixas ficaram entre 25% e 50%, apresentando ainda um cenário muito positivo quando comparados com produtores em terras vizinhas, que quase não receberam chuvas para garantir o bom desempenho das lavouras, mostrando outra faceta de um clima muito adverso: a irregularidade na distribuição das chuvas.
Com relação aos demais países produtores, como Índia, Vietnã, China, Indonésia, China e Bangladesh e também a Nigéria - maior origem produtora na África, a publicação afirma que também há bastante preocupação quando o assunto é mudança climática. "A ameaça se agiganta em todas as regiões do mundo, disse a geneticista de plantas da Universidade da Califórnia, Pamela Ronald, que identifica genes em grãos que ajudam a planta a resistir à doenças e inundações", destaca a publicação.
Ainda de acordo com a especialista, a preocupação não é um cenário para o futuro, mas sim para agora. O foco da pesquisadora é justamente encontrar e desenvolver novas variedades mais resistentes às intempéries climáticas.
Segundo a ScienceNews é importante que a ciência e produtores busquem por inovação para garantir uma produção que suporte a demanda global. Acrescentou ainda que mais de 3,5 bilhões de pessoas têm o arroz como alimento básico para o dia a dia, sendo o grão o segundo cereal em produção global, ficando atrás do milho e mantendo sua posição ante ao trigo.
Ainda de acordo com o relatório, a demanda pelo arroz vem em constante crescimento na América Latina, na Ásia e na África, demonstrando mais sinais de preocupação com as ameaças relacionadas à produção.
No Brasil, o produtor de todas as culturas sente as mudanças do clima. Especificamente falando sobre a produção de arroz, o baixo volume de chuva pode trazer problemas para os próximos ciclos da última.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e outras importantes consultorias especializadas em previsão do tempo e condições climáticas, as chuvas pelo segundo ano consecutivo ficam abaixo do ideal no Rio Grande do Sul, o que colocou um sinal de alerta para o setor de arroz no Brasil.
Antes de falar sobre os impactos, é importante lembrar que é o segundo ano seguido que o fenômeno climático La Niña resulta em severos problemas para o setor produtivo do Brasil. Além disso, as previsões mais recentes indicam que as condições climáticas devem normalizar apenas durante o Inverno no Brasil, fase em que as frentes frias são mais constantes e aumentam a chance de chuvas nos três estados que fazer parte da região Sul.
Segundo lideranças, a baixa precipitação afeta também as áreas irrigadas no estado gaúcho, o que pode resultar em quebra na produção.