

Exportação de arroz atinge maior nível do ano
Já no mercado interno, Cepea aponta que maior oferta permanece, mas negócios são realizados porque produtor precisa fazer caixa
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), as exportações do produto no mês de julho atingiram o maior volume do ano com 207,2 mil toneladas (base casca) e receita cambial de US$ 66,3 milhões. Os dados fazem parte dos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
No mês passado, os embarques de arroz beneficiado já tiveram resultado positivo. Os números divulgados mostram ainda que as exportações de arroz mais que dobraram o volume no mês de julho em relação ao mesmo período em 2021, quando as exportações foram de 96,6 mil t e faturamento de US$ 30,1 milhões de toneladas.
Já com relação às importações, a entidade destaca que o Brasil importou 120,6 mil toneladas no mês passado, o equivale a US$ 34 milhões. No ano passado, neste mesmo mês, as compras do Brasil chegaram a 80,6 mil toneladas, com receita de US$ 25,7 milhões.
No acumulado do ano, de janeiro a julho, os embarques de arroz já alcançaram 896,4 mil t, representando US$ 265,7 milhões. Em igual período de 2021, as exportações totalizaram 572,5 mil t, com faturamento de US$ 187,5 milhões.


A Abiarroz destacou ainda que o arroz beneficiado também ganhou destaque no comércio exterior no mês de julho. O levantamento apontou que indústrias e cooperativas exportaram cerca de US$ 30 milhões. O volume representa alta de 10% em relação ao mês de maio deste ano e valorização de 157% em comparação com junho de 2022.
Ainda ainda assim, os números mostram que as exportações de arroz beneficiado ainda estão abaixo do pico atingido em março de 2022, de US$ 43 milhões. Mas, apesar da queda do dólar, o setor vem se recuperando, pontua a associação.
“A retomada do crescimento das exportações segue em linha com as ações do projeto Brazilian Rice, desenvolvido em parceria com a ApexBrasil”, diz Carolina Matos, gerente de Exportação da associação. “Além de iniciativas de promoção comercial, também estamos capacitando as empresas e levando informações diariamente sobre mercados estratégicos para o setor”.


Os números da Conab indicam que para os produtores de 1ª safra, as lavouras de soja e arroz têm produção estimada em 124 milhões de toneladas e 10,8 milhões de toneladas, respectivamente.
“O clima também influenciou a produtividade do arroz, que, aliado a uma menor área plantada, teve a colheita reduzida em 8,4% em relação à safra passada. No caso do milho 1ª safra, a produção se manteve praticamente estável, em volume próximo a 25 milhões de toneladas”, destacou o 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) neste início de agosto.
Mercado
Já com relação ao mercado do produto comercializado internamente, a última análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), a oferta de arroz em casca foi mais abundante em agosto, principalmente pela necessidade do produtor fazer caixa no período.
"Apesar disso, segundo colaboradores do Cepea, compradores passaram a exercer postura mais cautelosa para novas negociações, priorizando o cereal que já está depositado em seus armazéns, ou mesmo aguardando o recebimento de lotes efetivados anteriormente", afirma a última publicação.
O cenário citado acabou limitando a liquidez do mercado e pressionou as cotações de arroz com cascado. De 8 a 15 de agosto, o Indicador CEPEA/IRGA-RS do arroz 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista), registrou queda de 1,9%, fechando a R$ 76,08/saca de 50 kg nessa segunda-feira, 15. Na parcial de agosto (até o dia 15), a baixa é de 2,2%.