Números indicam produção recorde de trigo no estado do Paraná

Estimativa é que Brasil tenha produção de 9 milhões de toneladas neste ano, deste montante, 8 milhões são esperadas no Sul do Brasil

 

Por Notícia Agrícolas


A safra de inverno do Paraná vai se consolidando com produção expressiva, com 3,9 milhões de toneladas apenas de trigo, um recorde. Os dados fazem parte dos números divulgados semanalmente pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do estado e apresentam alteração positiva em relação ao mês anterior, quando os dados indicavam volume de 3,86 milhões. 

 

Com base nesses números, a Frente Parlamentar Agropecuária destacou que o volume surpreende, mas mostra o potencial do produtor brasileiro que mantém as atividades mesmo com as adversidades encontradas em campo. Sérgio Souza, presidente  da FPA destacou que "é  o produtor rural fazendo a sua parte novamente e graças a Deus o clima favorece, e a previsão é que tenhamos uma safra recorde e com um trigo de excelente qualidade". 

 

A expectativa é que Paraná e Rio Grande do Sul correspondam por quase 8 milhões de toneladas de trigo. A nível Brasil, a expectativa é que a produção chegue a 9 milhões de toneladas na safra, o que também é um recorde, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

 

Já no Rio Grande do Sul, os dados da Emater-RS indicaram neste início de agosto a conclusão do plantio do trigo no estado, com avanço de 1 ponto percentual nos últimos dias. A semeadura foi concluída após atraso em relação aos últimos anos.

 

Até a última semana, o relatório apontava bom desenvolvimento das lavouras, mostrando ainda uniformidade no crescimento e potencial produtivo dentro do esperado. 

 

O destaque do relatório foi para o Sul do Rio Grande do Sul, nas áreas onde as chuvas foram mais significativas durante as últimas semanas, o que resultou em atraso da semeadura. De acordo com a Emater, essa chuva pode causar certa desuniformidade nas lavouras, podendo inclusive afetar o potencial produtivo. 

 

Ainda de acordo com a Emater, os produtores já estão em fase de preparação nas áreas para o plantio do milho ciclo 2022/23 e alguns já deram início na semeadura do grão. Os números de estimativas de safra, no entanto, ainda estão sendo levantados pelo órgão. 

Chuvas atrasaram um pouco a semeadura no Rio Grande do Sul, mas agora desenvolvimento da safra acontece sem maiores problemas, segundo órgão estadual - Foto: CNA

 

Geadas no Sul 

A última semana foi marcada por frio intenso no Centro-Sul do Brasil. A geada, apesar de chamar atenção pela data, ainda está dentro do que é esperado para o inverno brasileiro. As temperaturas foram negativas nos três estados da região Sul, com destaque para geadas registradas no Rio Grande do Sul. 

 

De acordo com informações levantadas pelo Notícias Agrícolas, o Norte gaúcho foi a região mais afetada e as temperaturas chegaram a -2ºC nas áreas de trigo e de aveia. As informações do produtor Mauro Costa Beber, ao portal, foi de que a região precisa a partir de agora tempo seco para saber o tamanho do impacto nas áreas de produção. 

 

"A época de plantio foi em torno de 15 de junho e entre 1 a 5 de julho, que não fez nada a geada. No semeado mais cedo, acho que não trará dando porque ainda não soltou a espiga, acho que ainda não vai causar dano. Mas teremos que aguardar nos próximos dias porque bem no norte do estado teve uma chuva e como estava quente pode sim ter algum dano, mas a gente ainda não sabe", explicou ao portal. 

 

A última geada severa que atingiu a região, segundo o produtor e consultor, foi em 2020, ano que o La Niña impactou severamente as áreas de produção dos três estados. A diferença é que aqui a última chuva tinha ocorrido no dia 14/08/2020 e depois só choveu no dia 06 de setembro, isso fez com que praticamente não causasse danos nas culturas. Este ano ela ocorreu com muita umidade no solo", afirmou.