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Produtor brasileiro precisa ficar atento às janelas de exportação de milho nesta reta final de 2022

Analista da Tarken destaca que janela de dezembro/janeiro deve ter grande volume de vendas, que podem puxar preços para baixo


O Brasil vem exportando grandes volumes de milho durante o ano de 2022 e este deve ser o grande balizador de preços do cereal no país até a virada do ano. Diante disso, aproveitar as boas janelas de comercialização se torna imperativo para o produtor brasileiro. 

 

Segundo o analista de mercado da Tarken, Thiago Carvalho, ouvido pela reportagem do site Notícias Agrícolas, neste momento, o dólar em baixa prejudica essa modalidade de comercialização no curtíssimo prazo, mas boas oportunidades devem aparecer no médio prazo. 

 

Por outro lado, a pressão de comercialização deve ser grande entre dezembro e janeiro, já que em fevereiro a logística dos portos será revertida para a soja, o que pode empurrar os preços para baixo. Sendo assim, a janela de bons negócios será curta e o produtor precisa estar atento.

 

 

Exportação ressalta apetite pelo milho brasileiro

O Brasil exportou 6.780.334,9 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) no mês de setembro de 2022, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).   

    

Sendo assim, o volume acumulado nos 21 dias úteis do mês ultrapassa em 137,89% o total de 2.850.171,7 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de setembro de 2021.    

 

Com isso, a média diária de embarques ficou em 322.873,1 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 137,9% com relação as 135.236,3 do mês de setembro de 2021.    

 

O consultor de grãos e projetos na Agrifatto, Stefan Podsclan, ouvido pela reportagem do site Notícias Agrícolas, destaca que é também o cenário de exportação que está balizando os preços do milho no mercado do Brasil, funcionando como fundo de preços. 

 

“A gente ainda tem 40% do milho segunda safra para ser negociado na mão do produtor. É algo em torno de 35 e 38 milhões de toneladas e com toda pressão por espaço físico que pode vir agora, com a colheita da soja lá para janeiro, a gente pode ter em outubro e novembro um movimento”, diz. 

 

Volume de milho exportado pelo Brasil em setembro de 2022 ultrapassa em 137,89% o total do mesmo mês de 2021 - Foto: CNA

 

No final de setembro, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) havia reduzido sua estimativa de exportação de milho em setembro de 7,618 milhões de toneladas para 7,132 milhões, patamar que acabou sendo cerca de 5% maior do que o efetivamente registrado. 

 

Em termos financeiros, o Brasil arrecadou um total de US$ 1,922 bilhão no período, contra US$ 534,134 milhões de todo setembro do ano passado, segundo a Secex. O que, na média diária, deixa o atual mês com aumento de 260% ficando com US$ 91,562 milhões por dia útil contra US$ 25,435 milhões no último mês de setembro.     

   

Outra elevação apareceu no preço por tonelada obtido, que subiu 51,3% no período, saindo dos US$ 187,40 no ano passado para US$ 283,60 neste mês de setembro. 

 

Brasil importou 1,5% menos milho em setembro/22

O Brasil importou 401.088,7 toneladas de milho não moído, exceto milho doce, ao longo do mês de setembro de 2022, de acordo com os dados divulgados pela Secex.

 

Isso significa que, nos 21 dias úteis do mês, o país recebeu 1,54% menos do total registrado em setembro de 2021 (407.379,2 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 19.099,5 toneladas contra 19.399 do mesmo mês do ano passado, redução de 1,5%.         

 

O nono mês de 2022 também representou redução nos valores médios diários gastos que saíram de US$ 4,715 milhões em 2021 para US$ 4,150 milhões neste setembro, queda de 12%.        

        

Os preços dispensados por tonelada importada também caíram 10,6% saindo de US$ 243,10 para US$ 217,30.