10 etapas para incluir no planejamento da safra de milho 

Para que o milho atinja o seu máximo potencial, é importante o planejamento da safra, desde o preparo do solo até a colheita 

 

Milho. Foto: Banco de Imagens

 

O milho (Zea mays L.) é uma gramínea anual, com altura média entre 1,70 e 2,50 m no florescimento. Em condições normais de cultivo, a partir de cerca de 80 dias após a emergência das plantas, já se é possível a obtenção do “milho verde” e de forragens. Para que o milho atinja o seu máximo potencial, é importante o planejamento da safra, desde o preparo do solo até a colheita.  

 

Um exemplo simples é já ter comprado a semente na data estabelecida para a semeadura. Pode parecer básico, mas o produtor que deixa para comprar em cima da hora, olhando a volatilidade do preço no mercado, pode correr o risco de perder a janela ideal de semeadura. No momento de adquirir a semente, considere as condições de solo e o clima da região de cultivo, além de consultor um agrônomo de confiança. 

 

Cada fase do milho requer um cuidado diferente e que precisa entrar na provisão do agricultor. Ao todo, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) do Mato Grosso do Sul mapeia 10 etapas que precisam entrar no planejamento da safra de milho.  

 

Confira as 10 etapas da safra do milho e quais quesitos levar em conta no momento de planejar o plantio do milho.  

Milho. Foto: Banco de imagens

1. CONTROLE DE EROSÃO  

A recomendação neste caso é a construção de terraços para a contenção das águas das chuvas, principalmente se a declividade da área for superior a 2%. “Em áreas com menos que 2% de declividade e sem problemas de dificuldades de infiltração de água, recomenda-se o plantio com as linhas da cultura interceptando o sentido da declividade”, sugere Romulo Darós, engenheiro agrônomo da Agraer 

2. CORREÇÃO DO SOLO

Com base nos resultados da análise do solo, a quantidade de corretivos a serem aplicados ao solo será sugerida. O mais usado o calcário e, a sua aplicação, conhecida como calagem, é uma prática recomendada quando o pH do solo for menor que 5,5 e deve ser realizada com antecedência mínima de três meses da semeadura.  

3. ÉPOCA DE SEMEADURA  

De acordo com a Agraer, deve-se considerar os aspectos climáticos que mais interferem na fisiologia da planta para assim definir a época de semeadura corretamente. Um ponto de atenção é a variabilidade térmica e a disponibilidade hídrica, que mudam entre a safra de verão e a segunda safra e regionalmente.  

4. ESCOLHA DA CULTIVAR  

Entre as características requeridas em uma cultivar, o produtor precisa ficar atento ao ciclo vegetativo adequado (super precoce, precoce e normal), o potencial produtivo, tolerância a adversidades climáticas e tolerância ao alumínio tóxico e à baixa fertilidade do solo. Além disso, reparar na resistência a pragas e doenças também é fundamental. Tudo isso a depender da finalidade da produção da lavoura, porque existem materiais adequados para grãos, silagem e milho verde. 

5. PREPARO DO SOLO   

Preparar o solo é uma das primeiras etapas do planejamento da safra de milho, pois é isso que dará condições para a germinação das sementes e um correto estabelecimento do sistema radicular do milho. Ao considerar um solo não compactado em sistema plantio direto, o produtor pode projetar o uso de herbicidas para o controle das invasoras presentes na área. Se o solo apresentar uma camada compactada, também será preciso tempo para a sua descompactação.  

6. ARRANJO POPULACIONAL  

Saber com antecedência qual cultivar será utilizada ajuda a definir a população de plantas a ser estabelecida. O número de plantas de milho que irá compor uma determinada lavoura poderá influenciar a produção, afetando principalmente o número e as dimensões das espigas produzidas. Fatores como condições edafo-climáticas da área e época de semeadura também precisam ser observadas antes para planejar o arranjo populacional. 

7. ADUBAÇÃO  

De acordo com a meta de produtividade a ser obtida e a análise do solo, uma formulação de nitrogênio, fósforo (P2O5) e potássio (K2O) será formulado. Esta etapa, chamada de adubação, também precisa estar no planejamento da safra de milho, para que os fertilizantes já tenham sido comprados. 

8. TRATOS CULTURAIS  

Compõem essas práticas em uma lavoura de milho, os controles das plantas invasoras (daninhas), das pragas e das doenças ocorrentes. No planejamento, o produtor deve considerar a aplicação de defensivos ou a aquisição de sementes previamente tratadas com inseticidas e/ou fungicidas que podem promover uma diminuição significativa na incidência de pragas e/ou doenças. 

9. COLHEITA  

Mediante o planejamento da cultivar e época de semeadura, o agricultor conseguirá planejar também quando se dará a colheita. É claro que intempéries e fatores inesperados podem acontecer, mas, geralmente, a colheita da lavoura de milho é realizada entre 125 e 160 dias após a emergência, a depender do ciclo da cultivar e época de semeadura.  

10. SECAGEM E ARMAZENAMENTO  

Tão importante quanto o processo de desenvolvimento da lavoura do milho é o momento de secar e armazenar o grão. O armazenamento deve ser feito em local seco, fresco e livre de roedores. Por isso, local, capacidade de armazenagem e produtos para proteção dos grãos são fatores a serem incluídos no planejamento da safra.