
Exportação: Brasil abriu 43 novos mercados até setembro de 2022
Ministro do Agricultura defende que países das Américas tenham a mesma posição na COP 27
O Brasil tem agora 43 novos mercados abertos para produtos provenientes da agropecuária. Segundo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o país alcançou a marca após a confirmação da abertura do mercado chinês para venda do amendoim produzido no Brasil.
“Maior consumidor de amendoim do mundo, a China importa anualmente mais de USD 800 milhões em amendoim. De janeiro a maio de 2022, foram 248.150.853 quilos do produto. O Brasil tem todas as condições para alcançar uma boa participação nestas exportações, ampliando a pauta de vendas para a China”, destacou os dados do Mapa.


A abertura deste novo mercado para o amendoim brasileiro faz parte de um pacote de avanços alcançados nas negociações bilaterais neste ano, possivelmente o mais importante em mais de uma década. "Isso mostra que a nossa segunda safra, que é do amendoim, do gergelim e do sorgo, começa a ter espaço nas nossas exportações", destaca o ministro da Agricultura, Marcos Montes.
Os dados do governo afirmam que, desde 2019, são 229 de mercados abertos, com total de 54 países, desse montante, 26 são asiáticos, 19 americanos, oito africanos e um na Oceania. No ano passado, o país registrou 77 mercados e em 2020 o número foi de 74 mercados. Já em 2019, novos 35 mercados entraram para a lista de exportação do país.
No conjunto do continente africano, atualmente com 38 itens na pauta das exportações, estão Egito, Marrocos, Zâmbia, África do Sul, Camarões, Senegal, Cabo Verde e Uganda. Nas Américas, o Brasil tem parceria comercial com Estados Unidos, Peru, Colômbia, Argentina, Guiana, Canadá, México, Venezuela, Guatemala, Equador, Chile, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Cuba, Bolívia, Suriname e Uruguai, com 102 mercados.


No continente asiático foram conquistados países como Arábia Saudita, China, Emirados Árabes, Cazaquistão, Coreia do Sul, Índia, Japão, Malásia, Indonésia, Taiwan, Irã, Tailândia, Mianmar, Singapura, Qatar, Camboja, Israel, Vietnã, Iêmen, Líbano, Turquia, Jordânia, Síria, Bahrein, Rússia e Filipinas, totalizando 88 mercados.
Os números são considerados positivos, mas a pasta destaca que a abertura de novos mercados, no entanto, não significa embarques imediatos desses produtos. Segundo o Mapa, a partir de agora é feito um trabalho de preparação junto ao produtor e ao exportador para entender e atender cada demanda de cada um desses novos clientes, assim como planejar o desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação.
"O trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento permite a diversificação de possibilidades de exportação para os produtores brasileiros, com o propósito de reduzir a concentração da pauta exportadora tanto em produtos, quanto em destinos", afirma o Mapa.
Participação das Américas na COP 27
O ministro da Agricultura, Marcos Montes, participou na última semana da videoconferência “Desafios da Agricultura das Américas para fazer frente à Crise Climática”, que foi promovida pelo Instituto Interamericano para Cooperação da Agricultura (IICA).
Durante sua participação, Montes defendeu a ideia de que os países da região tenham uma posição comum para ser apresentada na 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27).
“A construção de uma mensagem comum de nossa região para a COP 27 reflete nossos anseios por uma maior cooperação internacional para acelerar o atingimento de nossas metas climáticas nacionais e coletivas. Trata-se de uma visão colaborativa, que contrasta diametralmente com abordagens unilaterais e restritivas ao comércio, que vêm sendo privilegiadas por alguns países e que não parecem gerar efeitos climáticos positivos”, disse de acordo com informações divulgadas pelo Mapa.
Ele levou ainda no debate a ideia de que a região pode atuar em “prol de uma agricultura resiliente e sustentável, capaz de promover, a uma só vez, crescimento econômico, inclusão social e conservação ambiental. Devemos concentrar nossos esforços em garantir que os resultados da Cúpula contribuam para esse fim”, disse.
Ainda em novembro deste ano, lideranças de diversos países se reunirão em Sharm-El-Sheikh, no Egito, para a 27ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP27), com objetivo de debater metas e ações para o enfrentamento das mudanças climáticas.