IDR Paraná celebra 50 anos com lançamento de novas cultivares e aveia ganha espaço na comemoração
Nova cultivar de aveia branca apresenta potencial de produtividade que pode passar de 4,6 toneladas por hectare, segundo instituto.
O mês de junho está sendo de comemoração para o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que completa 50 anos de atuação em busca de tecnologia, inovação e acompanhamento da evolução agrícola no estado. Como parte da comemoração, no próximo dia 30 de junho, o instituto lança quatro novas cultivares, ampliando o leque de opções do produtor no estado.
O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, destaca que o investimento em melhoramento genético é importante pelo alto impacto que causa nos sistemas produtivos. “Cada nova cultivar incorpora atributos tecnológicos para enfrentar pragas e doenças ou eventos adversos como a falta de chuvas, por exemplo. Sem contar, é claro, o aumento do potencial produtivo em relação às antecessoras”, diz.
Segundo a instituição, focando no cultivo de inverno, está disponível ao produtor quatro novas cultivares, sendo elas: aveia branca IPR Andrômeda, cártamo IPR 211, canola IPR 212 para a produção de grãos e renda no período de inverno, e o nabo forrageiro IPR 210, prioritariamente destinado ao uso como planta de cobertura em estratégias de manejo conservacionista do solo.
Aveia Branca IPR Andrômeda
Destacando a nova cultivar de aveia branca IPR Andrômeda, o grande diferencial é o potencial de produtividade que pode passar de 4,6 toneladas por hectare. As informações são do pesquisador Carlos Roberto Riede, que acrescenta que a cultivar em questão apresenta também bom desempenho frente a manchas foliares, nematóides Meloidogyne, ferrugem e também resistência ao acamamento. Já para a indústria, a cultivar apresenta eficiência no descascamento.
Alimento funcional, os grãos de aveia branca são ricos em proteínas e fibras. “O IDR-Paraná aposta na espécie como opção de renda para os produtores no plantio de inverno. IPR Andrômeda é indicada para cultivo no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, afirma.
Canola IPR 212
Já com relação à canola, o instituto destaca como uma outra opção para os produtores realizarem a rotação de culturas para garantir boa rentabilidade. "Da mesma família da couve, canola é uma seleção da colza — desenvolvida por pesquisadores canadenses na década de 1970 — com o objetivo de reduzir o teor de ácido erúcico e de glucosinolatos, que tornam os grãos inapropriados para alimentação humana. O nome vem de Canadian Oil Low Acid, que, por sua vez, deriva de low-erucic acid rapeseed oil, que pode ser traduzido como “óleo de colza com baixo teor de ácido erúcico", explica a publicação.
A produtividade da canola é esperada em duas toneladas por hectare. O pesquisador destaca que além de se tratar de uma boa opção de renda no inverno, esse tipo de cultivo também contribui para melhoria do solo e diminuição de pragas e doenças nas lavouras. “O óleo de canola tem alto valor nutricional e baixo teor de gordura saturada — que atua no controle do colesterol de baixa densidade, excelente composição de ácidos graxos e elevada quantidade de Vitamina E e Ômega 3”, complementa a publicação.
Nabo IPR 210
Falando um pouco mais sobre o nabo IPR 210, o Instituto explica que ele foi desenvolvido para cobertura de solo e produção de palhada no inverno. Segundo a publicação, a cultivar apresenta alta capacidade de reciclar nitrogênio e fósforo, chegando a produzir até seis toneladas de massa seca por hectare. “Utilizado como planta de cobertura, o nabo forrageiro contribui para diminuir a presença de alumínio tóxico e aumentar o teor de cálcio, magnésio e potássio trocáveis no solo”, explica Araújo.
Como os grãos de nabo forrageiro contêm cerca de 30% de óleo, o pesquisador sugere ainda aos produtores paranaenses considerar o mercado de biocombustíveis. Para esse fim, a produtividade pode chegar a 2,4 toneladas por hectare.
A publicação destaca ainda que em meio século de atividades o IDR-Paraná ofereceu ao setor produtivo 220 cultivares para as mais diversas culturas de interesse econômico: feijão, trigo, café, milho, arroz, batata, forrageiras, frutas de clima temperado e tropical, mandioca e plantas para adubação verde e cobertura do solo.