Plantio do trigo chega ao final com aumento de 8% na área em Santa Catarina

Produtor catarinense foi estimulado pelos bons preços do cereal no mercado e apostou nesta cultura de inverno; Aprosoja-SC destaca importância de manter tratos culturais e acompanhar o clima, que pode tirar qualidade dos grãos até o momento da colheita.

 

Por Notícias Agrícolas


O plantio da safra de trigo já está praticamente encerrado no estado de Santa Catarina. Faltando a finalização apenas em algumas poucas regiões localizadas, a projeção é de um aumento na área cultivada em 2022 de 5% a 8% com relação à safra anterior. 

 

Segundo o presidente da Aprosoja-SC, Alexandre Alvadi di Domênico, ouvido pela reportagem do site Notícias Agrícolas, o produtor catarinense foi estimulado pelos bons preços e apostou na cultura. Além disso, também destaca a importância da segunda safra para diluir os custos das lavouras. 

 

A colheita deve acontecer entre outubro e novembro, um período normalmente chuvoso e que pode tirar qualidade dos grãos até o último momento. Por isso, os produtores precisam se manter atentos aos tratos culturais ao longo do ciclo e continuar acompanhando as condições climáticas. 

 

Já para a próxima safra de verão 2022/23, a liderança aponta que a maioria dos produtores já realizou as compras de insumos necessários e travou custos com vendas futuras. Os custos de produção aumentaram, mas os produtores já sabem quais são e agora vão precisar de produtividade boa para conseguir rentabilidade em uma safra de margens apertadas. 

 

Rio Grande do Sul aposta em produtividade e qualidade elevadas para safra de trigo

O plantio do trigo já foi encerrado em diversas regiões do estado do Rio Grande do Sul e as expectativas são bastante positivas para este ciclo em que os produtores apostaram na cultura de inverno, após grandes perdas nas safras de verão de soja e milho. 

 

Segundo o vice-presidente da Aprosoja-RS, Décio Teixeira, também ouvido pela reportagem Notícias Agrícolas, o plantio das lavouras teve um pequeno atraso devido às chuvas, mas isso pode acabar sendo positivo para a cultura, já que existe previsão de geadas tardias em setembro e esse postergamento pode ajudar a tirar a fase mais crítica das plantas deste período. 

Rio Grande do Sul ampliou área cultivada e até mesmo o atraso do plantio pode acabar sendo benéfico para as lavouras escaparem de geadas tardias em setembro - Foto: CNA

 

A partir de agora, o foco do produtor precisa ser nas aplicações de herbicidas, cobertura de nitrogênio e aplicação de fungicidas para evitar fungos nas plantas e manter o bom potencial produtivo, que é esperado em, no mínimo, 50 sacas por hectare e alto índices de pH e qualidade. 

 

Olhando para o mercado, o vice-presidente destaca que os preços atuais estão entre R$ 115,00 e R$ 120,00 a saca, o que é um patamar positivo, mas não há espaço para recuos. Caso contrário, as margens vão ser muito apertadas. 



Safra de Verão 2022/23 

Teixeira relata que o planejamento para a próxima temporada está andando, mas ainda bastante lentamente, já que este plantio será mais caro após explosão de custos de produção. A principal prioridade deverá ser na escolha de sementes de qualidade. 

 

A liderança acredita que os produtores gaúchos deverão utilizar 30% menos de fertilizantes na soja, mas aposta que o estado irá superar a marca de 21 milhões de toneladas produzidas. 

 

Ijuí/RS finaliza plantio do trigo com área cultivada 30% maior

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Ijuí/RS, Ércio Luiz Eickhoff, ouvido pela reportagem do site Notícias Agrícolas, os produtores da região aumentaram o investimento na safra de inverno, após acumularem grandes perdas nas culturas de verão como soja e milho. 

 

A liderança destaca que, até este momento, o desenvolvimento das lavouras é positivo com condições climáticas adequadas, ao contrário da safra do ano passado que sofreu com seca no início da germinação. A preocupação fica para o período entre agosto e setembro onde as lavouras vão estar mais sensíveis ao frio e as geadas nas fases de florescimento e enchimento de grãos. 

 

Já do lado da comercialização, Eickhoff lamenta as recentes baixas nos preços do trigo no mercado e aponta que não é possível fechar vendas abaixo de R$ 100,00 ou R$ 110,00, uma vez que os custos de produção foram muito elevados nesta temporada.