Plantio do milho avança em importantes áreas de produção no Brasil
Estimativa é de uma área com 4,196 milhões de hectares, segundo consultoria Safras & Mercado
De acordo com dados divulgados pela Safras & Mercado, o plantio do milho na safra de verão 2022/23 estava em 36,9% da área estimada, que é de 4,196 milhões de hectares, até o dia 30 de setembro. Neste mesmo período, no ano passado, o plantio estava em 33,7% da área estimada de 4,385 milhões de hectares.
Já a média de plantio dos últimos cinco anos é de 37,2% para o período.
Os trabalhos estão mais adiantados no estado do Rio Grande do Sul, com plantio em 66,8% da área que é estimada em 719 mil hectares. Em Santa Catarina, 60,3% da área de 591 mil hectares já foi plantada e, no Paraná, os trabalhos estavam em 5,7% da área estimada em 322 mil hectares.
Em São Paulo, os trabalhos ainda estão no início, com 0,8% da área de 946 mil hectares. Nos estados da região Centro-Oeste do Brasil, a semeadura do milho ainda não teve início.
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP indicam que, nesse cenário, as negociações envolvendo milho estão lentas no Brasil e os preços, estáveis.
No geral, o andamento da semeadura da nova safra está satisfatório na maior parte do Sul do país – inclusive, em muitas praças, o ritmo está acima do verificado no mesmo período do ano passado, mesmo diante das recentes chuvas.
Produção internacional
Os olhos do mercado do milho também seguem voltados para a produção da União Europeia. Nesta semana, a Comissão Europeia reduziu a produção de milho deste ano para 55,5 milhões de toneladas. Anteriormente, em agosto, o número era de 59,3 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representa mínima de 15 anos, com a produção afetada pelas condições climáticas adversas.
Essa foi a terceira redução expressiva na previsão mensal para a colheita de milho, representando queda de 6,4%. "Uma seca histórica atingiu as plantações de milho na Europa neste verão do hemisfério Norte, agravada pelas ondas de calor", destacou a publicação da agência Reuters. Assim como no Brasil, as condições climáticas continuam trazendo problemas para o setor produtivo.
De acordo com a Comissão, a redução se dá principalmente devido às novas estimativas de rendimento na Alemanha, Croácia, Hungria, Eslováquia e Bulgária.
Com relação à importação do produto no ciclo 2022/23, houve elevação na previsão de compras para 21 milhões de toneladas pelo bloco. No mês passado, o volume projetado era de 20 milhões. Além disso, a Comissão Europeia reduziu a expectativa de exportação de 4 milhões de toneladas para 3,5 milhões.
Já para a expectativa de milho para alimentação animal, a Comissão reduziu em 4,2 milhões de toneladas, para 60,5 milhões.
"Em contrapartida, a comissão elevou sua previsão de produção útil da UE para o trigo soft em 2022/23 a 127 milhões de toneladas, ante 126 milhões de toneladas projetadas há um mês. Ela ainda aumentou a produção estimada para cevada a 51,5 milhões de toneladas, de 50,4 milhões", destacou a Reuters.
Neste sentido, parte dessa demanda de milho para a ração foi então transferida para trigo soft, que deve a partir deste momento destinar 40 milhões de toneladas para ração, de 2,7 milhões a mais do que o previsto no mês anterior.
"Ao mesmo tempo, a comissão revisou para baixo o uso total de cereais na alimentação para refletir a menor produção esperada de carne suína, aves e leite. As exportações projetadas de trigo soft em 2022/23 foram mantidas inalteradas em 36 milhões de toneladas", conclui.