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Milho: Secex atualiza dados de exportação e importação, enquanto estimativas de produção também são atualizadas 

Só nos primeiros 6 dias de setembro, o Brasil já exportou 2,2 milhões de toneladas do cereal

Por Notícia Agrícolas


Segundo dados divulgados neste início de setembro pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em apenas seis dias do mês de setembro, o Brasil já exportou 2,2 milhões de toneladas de milho

 

O volume representa 77,93% do total de 2.850.171,7 toneladas exportadas durante todo o mês de setembro de 2021. Os números levantados pelo Notícias Agrícolas mostraram ainda que a média diária de embarque ficou em 370.236,3 toneladas, o que mostra que na comparação com o mesmo período do ano passado, há uma alta de 172,8% contra a 135.236,3 no mesmo mês em 2021. 

 

“Temos um movimento interessante nas exportações de milho. Agosto fechou no maior nível para o mês da série histórica e setembro se iniciou também com bons volumes. É uma curva de exportação que promete ser bastante interessante com, até fevereiro de 2023, algo entre 41 e 42 milhões de toneladas, que seria o maior nível de exportação para um ano safra”, pontua Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, ao Notícias Agrícolas. 

 

Já quando se fala em receita cambial, foi registrado um total de US$ 652,063 milhões no mês, contra US$ 534,134 milhões registrados no ano passado. “Outra elevação apareceu no preço por tonelada obtido, que subiu 56,6% no período, saindo dos US$ 187,40 no ano passado para US$ 293,50 neste mês de setembro”, finaliza a análise. 

 

Importação 

Em termos de importação, o Brasil comprou 122.427 toneladas de milho não moído, com exceção do milho doce, nos primeiros seis dias do mês. O volume representa 30% a mais do que o total registrado no ano passado, com volume de 407.379,2 toneladas. Neste sentido, a média diária de importação foi de 20.404,5 toneladas. No mesmo período do ano passado, foram compradas 19.399 toneladas. 

 

Setembro de 2022, no entanto, representou redução nos valores médios diários gastos que saíram de US$ 4,715 milhões em 2021 para US$ 4,452 milhões neste setembro, com uma queda de 5,2%. “Os preços dispensados por tonelada importada também caíram 10,2% saindo de US$ 243,10 para US$ 218,20”, finaliza. 

Safra de milho no Brasil está estimada pela Conab em 113,2 milhões de toneladas - Foto: CNA

 

Produção nacional 

De acordo com o 12º Levantamento da Safra de Grãos, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) neste início de setembro, a safra de milho  no Brasil está estimada em 113,2 milhões de toneladas, alta de 30% quando se compara com o ano anterior. 

 

"Enquanto na primeira safra houve uma certa estabilidade na produção em 24,9 milhões de toneladas, devido às condições climáticas desfavoráveis, principalmente nos estados do Sul, a segunda safra foi marcada por uma retomada na produção em torno de 41,8%, sendo estimada em 86,1 milhões de toneladas", afirmou a publicação. 

 

Com relação ao mercado, a Conab acrescenta que no caso do milho, a queda na produtividade de importantes regiões produtoras na segunda safra, reduziu o volume esperado para o consumo e exportação do cereal, agora estimados em 76,5 milhões de toneladas e 37 milhões de toneladas respectivamente. Mesmo com essas quedas, a projeção para o estoque final também foi ligeiramente diminuída, saindo de 9,7 milhões de toneladas para 9,4 milhões de toneladas.

 

Estimativa do IBGE 

Já de acordo com o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa para a produção de milho tem acréscimo de 9,8% na área em comparação com o ano de 2021, com 7,7% no milho da primeira safra e 10,5% no milho safrinha. 

 

Segundo Carlos Barradas, gerente de pesquisa do IBGE, como não houve problemas climáticos que prejudicaram a segunda safra, ao contrário do ano passado quando faltou chuvas, a estimativa é que a produção de milho aumente 25,2% na comparação com 2021, chegando a 109,9 milhões de toneladas.

 

“As principais variações negativas ocorreram no Paraná (-865.300 t), em Goiás (-559.010 t), em Minas Gerais (-532.786 t), no Ceará (-70.185 t), em Alagoas (-24.753 t), no Espírito Santo (-30 t) e no Piauí (-10 t). Mas vale ressaltar que a área colhida alcançou 73 milhões de hectares, 6,5% maior (mais 4,5 milhões de hectares) que a área colhida em 2021, e 0,1% maior (mais 61,1 mil hectares) que no mês anterior. Esses números mostram que os produtores têm investido no aumento da produção da safra devido aos preços elevados das commodities agrícolas”.

 

Já a produção de soja teve alta de 4,7% na estimativa de área em relação ao ciclo anterior. Já com relação ao volume de produção, o IBGE apontou alta de 0,1% em relação ao ano passado, mas mantém a estimativa de queda de 11,9% na comparação com o período anterior, com um total de 118,8 milhões de toneladas, devido à falta de chuvas no centro sul do país, como explica o gerente da pesquisa.

 

“Apesar dos produtores terem aumentado a área de plantio da soja, os problemas climáticos derrubaram o potencial de produção agrícola da soja brasileira em 2022. A perda de produtividade está diretamente relacionada aos problemas climáticos”.

 

Os números mostram ainda que a área de arroz teve queda de 2,6%, enquanto o algodão com caroço teve alta de 17,7% e o trigo expandiu em 9% a área - com estimativa de recorde de 9,7 milhões de toneladas, ou seja, alta de 24,1% a mais do que o total produzido em 2021. 

 

A Agência Brasil destacou que, segundo a análise do IBGE, a produção do arroz e a do feijão devem ser o suficiente para atender ao consumo do mercado interno, com um total de 10,6 milhões de toneladas e de 3,1 milhões de toneladas, respectivamente.

 

O relatório do IBGE acrescenta que quanto ao café, o Brasil deve produzir 3,2 milhões de toneladas, somando as espécies arábica e canephora, ou 53,2 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 0,9% em relação ao mês anterior, e aumento de 9,6% em relação a 2021.

 

“Em 2022 teríamos um ano de bienalidade positiva para o café arábica, e deveria produzir mais do que está produzindo. Isso não está ocorrendo porque o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021 reduziu o potencial de produção do café arábica. Os grandes produtores são Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Espírito Santo. O café canéfora tem grande produção no Espírito Santo e Rondônia. Essa espécie cresce 9,4% em relação a 2021”, diz o gerente da pesquisa.

 

Saiba mais sobre a estimativa de produção regional 

A estimativa de agosto do IBGE, na comparação com 2021, é de aumento na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas nas regiões Centro-Oeste (11,4%), Norte (11%), Sudeste (10,8%) e Nordeste (10,3%). A estimativa para o Sul é de queda de 14,6%.

 

Na variação mensal, apenas a Região Norte apresentou alta, de 2,1%. O Centro-Oeste caiu 0,4%, o Sul reduziu 1,3%, o Nordeste teve queda de 0,3% e a Região Sudeste registrou decréscimo de 1,9% na estimativa de safra na passagem mensal de julho para agosto.

 

Na estimativa de agosto, a participação de cada região na produção nacional ficou em 49,6% para o Centro-Oeste, 25,1% do Sul, o Sudeste tem 10,4%, o Nordeste 9,7% e a Região Norte responde por 5,2% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do país.

 

Entre os estados, Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,8% do total nacional, seguido pelo Paraná (13,2%), Goiás (10,3%), Rio Grande do Sul (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,5%). Juntos, esses estados representam 78,7% da produção nacional.