Exportação de milho vai a 5,1 mi de t em setembro e já ultrapassa total em 78,99% mesmo período de 2021
Analista espera que Brasil também deva superar as 6,1 milhões de toneladas registradas em agosto em 2022
O Brasil exportou 5.101.740,9 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até a quarta semana do mês de setembro, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Sendo assim, o volume acumulado nos 16 primeiros dias úteis do mês já ultrapassa em 78,99% o total de 2.850.171,7 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de setembro de 2021.
Com isso, a média diária de embarques ficou em 318.858,8 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 134,9% com relação às 135.236,3 do mês de setembro de 2021, de acordo com dados da Secex.
O analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, ouvido pela reportagem do site Notícias Agrícolas, acredita que o volume embarcado em setembro deva superar as 6.161.341,9 toneladas registradas em agosto deste ano e fechar o ciclo com recordes de exportação brasileira diante da demanda europeia e a possibilidade de a China importar milho do Brasil ainda em 2022.
Em termos financeiros, o Brasil arrecadou um total de US$ 1,444 bilhão no período, contra US$ 534,134 milhões de todo setembro do ano passado. O que, na média diária, deixa o atual mês com aumento de 254,9% ficando com US$ 90,269 milhões por dia útil contra US$ 25,435 milhões no último mês de setembro.
Outra elevação apareceu no preço por tonelada obtido, que subiu 51,1% no período, saindo dos US$ 187,40 no ano passado para US$ 283,10 neste mês de setembro.
Brasil importa mais milho por dia em set/22 do que em set/21
O Brasil importou 322.943 toneladas de milho não moído, exceto milho doce, até a quarta semana do mês de setembro de 2022, também de acordo com a Secex.
Isso significa que, nos 16 primeiros dias úteis do mês, o país recebeu 79,2% do total registrado em setembro de 2021 (407.379,2 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 20.183,9 toneladas contra 19.399 do mesmo mês do ano passado, aumento de 4%.
Por outro lado, o nono mês de 2022 representou redução nos valores médios diários gastos que saíram de US$ 4,715 milhões em 2021 para US$ 4,384 milhões neste setembro, queda de 7%. Os preços dispensados por tonelada importada também caíram 10,6% saindo de US$ 243,10 para US$ 217,20.
Analista destaca que colheita nos EUA e mercado financeiro estão pressionando o preço do milho
Mesmo com números expressivos na balança comercial, os últimos dias têm sido de pressão nos preços do milho tanto na Bolsa de Chicago (CBOT) quanto na Bolsa Brasileira (B3). Entre os fatores que empurram as cotações para baixo, estão o avanço da colheita do milho nos Estados Unidos e o cenário econômico global.
Segundo Sene, os principais estados produtores norte-americanos estão colhendo suas lavouras que, mesmo com perdas certas na produtividade, garantem uma maior oferta entrando no mercado neste momento. Já do lado financeiro, há o temor por uma recessão mundial e os recentes aumentos de juros por parte alguns dos Bancos Centrais.
Na visão de Sene, poucos fatores poderiam atuar para reverter esse movimento e trazer os preços para altas. Entre eles estão uma elevação de demanda por parte da Europa ou China e uma quebra de safra nos Estados Unidos ainda maior do que a já esperada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês).
Já no Brasil, a colheita farta com recorde de produção na segunda safra injetou grande oferta no mercado, que ainda não apresentou demanda tão aquecida para influenciar nos preços. Por outro lado, as exportações devem seguir fortes e podem mexer com os preços.
O analista acredita que o volume embarcado em setembro deva superar o registrado em agosto e fechar o ciclo com recordes de exportação brasileira diante da demanda europeia e a possibilidade da China importar milho nacional ainda em 2022.