Especialistas trazem informações sobre otimização do uso de fertilizantes para a cultura do trigo

Nota técnica destaca medidas em tempos desafiadores para a compra desses insumos.

Por Notícias Agrícolas


Por solicitação da Câmara Setorial do Trigo, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Rio Grande do Sul, Telmo Amado, professor doutor em solos da UFSM; Elmar Floss, professor doutor em fisiologia vegetal do INCIA e Giovani Facco, doutor eng. agr. gerente de pesquisa da Biotrigo Genética, elaboraram uma  Nota Técnica sobre o uso racional de fertilizantes. 

 

O objetivo é auxiliar o produtor a economizar na adubação da nova safra do cereal, cujo período de plantio se iniciou no Rio Grande do Sul neste mês de maio.

 

Conforme aponta o documento, “o trigo é uma importante alternativa de renda durante o inverno, de adubação de sistema, de ciclagem de nutrientes, proteção do solo com uma palha de lenta decomposição que contribui para o controle de invasoras e aprimoramento da qualidade do sistema plantio direto e da produtividade da soja cultivada na sequência”.

 

“Em tempos de alta nos custos dos fertilizantes, a busca pela racionalização da adubação gera a preocupação em manter o equilíbrio no fornecimento de nutrientes essenciais para a cultura do trigo, visando alcançar uma produção de qualidade com retorno econômico ao produtor”, destaca o assessor técnico da Câmara Setorial, Altair Hommerding.

A nota traz informações para que o produtor seja elucidado a respeito da importância de conhecer as necessidades do solo para a utilização racional e eficiente dos fertilizantes na cultura do trigo nesta safra de 2022 - Foto: CNA

 

A publicação “Fertilização equilibrada é estratégia para a produtividade do trigo em tempos desafiadores no mercado de fertilizantes minerais”, divulgada pela Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, traz informações para que o produtor seja elucidado a respeito da importância de conhecer as necessidades do solo para a utilização racional e eficiente dos fertilizantes na cultura do trigo nesta safra de 2022. 

 

“Analisar a reserva de nutrientes no solo, oriunda de fertilizações de anos anteriores, e explorar a possibilidade de investir em outros nutrientes, como enxofre, cálcio, magnésio, boro e molibdênio, são algumas das orientações listadas”, informou a Secretaria.

 

A Nota Técnica escrita pelos especialistas informa que “a insegurança no abastecimento de fertilizantes minerais, dos quais o Brasil é um dos maiores importadores mundiais, trazida pelo conflito na Ucrânia tem ocasionado o incremento de preços e gerado muitas dúvidas entre os triticultores e consultores quanto às possíveis estratégias a serem adotadas para a safra de 2022. Nesta nota técnica, serão abordadas conceitos e ferramentas técnicas que poderão contribuir com a triticultura nestes tempos desafiadores”. 

 

Uma das questões levantadas pelos autores no documento é que alguns agricultores optam por utilizar as reservas de nutrientes no solo que “ficaram” de aplicações de fertilizantes anos antes, em uma tentativa de economizar na compra de insumos.

 

Para os especialistas, sem um estudo minucioso, esta alternativa pode colocar em risco “os avanços conquistados na última década e de comprometer a produção das próximas safras devido ao esgotamento e desequilíbrio de nutrientes no solo”. Os autores da nota pontuam também que o agricultor deve evitar tomar decisões precipitadas baseadas em um momento de crise, mas que podem comprometer por um longo tempo um dos seus maiores patrimônios: o solo.

 

Os autores da nota pontuam que é necessário fazer uma avaliação criteriosa do solo onde será implantada a cultura para então definir a utilização de fertilizantes. “Lembrar que são três os nutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) que foram diretamente impactados pelo conflito mencionado anteriormente, porém as plantas precisam de macro e micronutrientes que devem ser fornecidos em quantidades equilibradas”, ressalta o reporte.

 

Neste sentido de se observar demais nutrientes que podem ajudar no equilíbrio da fertilização do solo, Amado, Floss e Facco destacam que outros nutrientes, como outros nutrientes como enxofre, cálcio, magnésio, boro e molibdênio, por exemplo, podem ser adicionados, em caso de necessidade.

 

Outros cuidados com o solo também são importantes para o desenvolvimento radicular das plantas, como a descompactação da terra, por exemplo, para melhorar a armazenagem de água e de ar no solo e, consequentemente, o aproveitamento dos nutrientes.

 

“Finalmente, planejamento e definição de um plano de ação adaptado às condições locais, que possibilitem maior eficiência da fertilização mineral deve ser prioridade para os produtores e consultores e talvez seja o principal legado que venhamos a ter ao fim desta crise”, aponta a nota.