Blog conecta.ag | Exportação de milho no BR caminha para igualar recorde

 

Retrospectiva agro 2022: Exportação de milho no BR caminha para igualar recorde atingido em 2019

O ano de 2019 ficou registrado como o mais exportador pelo país, com 41,8 milhões de toneladas do cereal embarcadas; projeção de recorde também para 2023


Os dados mais recentes sobre as exportações de milho brasileiras, divulgados neste final de novembro pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério da Economia, trouxeram bom desempenho dos embarques do cereal nos primeiros 12 dias úteis do mês e reforçam a ideia de volume positivo neste ano de 2022.

 

Caso os números projetados por entidades se confirmem, novembro será o quarto mês consecutivo a ser encerrado com volumes embarcados acima de 6 milhões de toneladas. E se este ritmo se mantiver até o final do ano, é possível atingir ou ainda superar o recorde de exportações do cereal na história, alcançado em 2019.

 

 

Para o analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, o Brasil deve encerrar novembro embarcando mais de 5,5 milhões de toneladas, chegando às 37 milhões de toneladas no acumulado de 2022 e faltando apenas 5,8 milhões para atingir o recorde de exportações de 41,8 milhões de toneladas registrado anteriormente em 2019. 

 

“No entanto, caso dezembro mantenha esse ritmo, poderá levar o país a bater seu recorde de 2019, o que no cenário atual, é bastante possível. Esse panorama coloca o Brasil em destaque como um importante fornecedor do cereal para o mundo, oferecendo mais oportunidades ao produtor brasileiro”, aponta Sene.

 

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) atualizou suas estimativas nas últimas semanas de novembro para a exportação de milho, projetando que os embarques de novembro devam fechar em 6,4 milhões de toneladas, ao invés das 6,64 milhões de toneladas prospectadas anteriormente pela entidade.

 

Até os primeiros 12 dias úteis de novembro, o Brasil já exportou 3,490 milhões de toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório da Secex. Sendo assim, o volume acumulado no período já representa 45,9% a mais do que o total de 2,39 milhões de toneladas que foram exportadas durante todo o mês de novembro de 2021.

 

Embarques de milho em 2022 devem igualar ou ainda superar recorde atingido em 2019; projeção de safra cheia e demanda chinesa também geram expectativa de recorde de exportação em 2023 - Foto: CNA

 

Acordo de exportação para a China pode elevar embarques em 2023

Conforme entrevista concedida à agência internacional de notícias Reuters, Sérgio Mendes, diretor-geral da Anec, afirmou que, com o novo acordo para exportação de milho para a China, o ano de 2023 também deve ser de recorde para os embarques do cereal brasileiro. 

 

Para o especialista, para além da perspectiva da demanda voraz do gigante asiático, há também a expectativa de, novamente, o Brasil ter safra cheia. "Vamos supor, só pensando em safra, diria que seria um número entre 40 e 50 milhões, porque a previsão de safra é muito boa. Se não acontecer nada, o caminho vai ser de uma exportação superior. E não estou computando a China, é mercado mesmo", disse Mendes.

 

Segundo informações divulgadas pela Reuters, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) projeta que a China deve importar 18 milhões de toneladas do cereal no ciclo 2022/23. Paralelo a isso, há projeção de crescimento da safra brasileira de milho para 126 milhões de toneladas na temporada.

 

Entre janeiro e outubro, os chineses já compraram do Brasil 62 mil toneladas, mas conforme apontado pela Reuters, essas compras devem ter sido restritas a um protocolo de comércio bilateral mais antigo. Com um novo documento, os embarques devem aumentar exponencialmente ao longo dos próximos meses.

 

A renovação de protocolo foi realizada entre setembro e outubro, e a expectativa do mercado era de que os embarques começassem em dezembro deste ano, mas no último dia 23 de novembro a agência de notícias Reuters já informou que de quatro a seis navios com o cereal devem partir do Brasil em direção ao país comprador.