Emater projeta aumento de 32% na produtividade de trigo no Rio Grande do Sul em relação ao ano de 2021
Preço médio de comercialização da saca está em cerca de R$ 90, de acordo com levantamento da instituição
Segundo dados divulgados pela Emater/RS-Ascar, do estado do Rio Grande do Sul, no último dia 13 de outubro, a produtividade do trigo deve aumentar neste ano em relação ao ciclo de 2021. As informações fazem parte do Informe Conjuntural da instituição, que trouxe a segunda revisão da safra do cereal no estado.
A projeção da área cultivada, conforme a Emater, é de 1.458.026 hectares, com produtividade revista chegando à casa dos 3.210 quilos por hectare, montante que é aproximadamente 11% superior ao projetada inicialmente, resultando em uma produção de 4.680.780 toneladas, cerca de 32% superior à produção de 2021.
“O tempo no período foi favorável aos cultivos, com destaque para a elevada radiação solar e para o retorno das chuvas mais volumosas em parte da região produtora. As lavouras apresentam excelente potencial produtivo, justificando o aumento da expectativa de produtividade. As espigas são bem formadas, com elevado número de espiguetas e de grãos uniformes”, destaca o reporte da entidade.
Cerca de 28% do que foi plantado está em estado de maturação, de acordo com o Informe Conjuntural, com a cultura se aproximando do final do ciclo. O processo de colheita pouco avançou, “elevando a proporção para 4%”, e ainda se aguarda o processo de amadurecimento de cultivares do cereal que foram semeadas no período recomendado.
Quando se fala sobre questões fitossanitárias, houve relatos pontuais sobre o surgimento de doenças relacionadas ao final de ciclo. A giberela, um dos principais problemas que atinge a cultura do trigo, a Emater pontua que os produtores seguiram com a aplicação de fungicidas direcionados à doença, e parte deles já terminaram o processo, ao passo que as plantações avançam para o final do estádio de maturação.
Sobre a comercialização da saca de 60 quilos do cereal, o relatório da Emater de 13 de outubro levantou que o preço médio registrou aumento de 0,36% em comparação à semana anterior, saindo de uma cotação de R$ 90,95 para R$ 91,28. “O preço para o produto disponível em Cruz Alta permanece em R$ 95,00”.
Dados regionais no Rio Grande do Sul
Ainda conforme o informativo divulgado pela Emater, na região administrativa da instituição de Bagé, as chuvas retornaram em um momento crucial para a cultura da Campanha nas lavouras semeadas tardiamente, mas ainda assim, deve haver algum impacto em áreas que sofreram com o estresse hídrico. “Na Fronteira Oeste, a colheita avançou até a tarde do dia 05/10 em Maçambará, alcançando 8% da área cultivada”.
A expectativa é que em São Borja os trabalhos de colheita devam começar ainda nos próximos dias, com perspectivas positivas em relação à produtividade e à qualidade dos grãos.
A fase do trigo que predomina na regional de Caxias do Sul é de espigamento e de início da floração; “apenas as lavouras localizadas em topografias mais baixas estão em fase de floração e enchimento de grãos”.
Na regional de Frederico Westphalen, segundo a Emater, o desenvolvimento da cultura é considerado ótimo, e poderá refletir em um aumento de 18%, acima da expectativa inicial.
Falando sobre a área de Ijuí, os campos apresentam “excelente qualidade”, próximos à finalização final do ciclo, com cerca de 75% da área cultivada nos estádios de enchimento de grãos e de maturação.
Em torno de 15% das lavouras nas regionais de Pelotas e Santa Maria estão em fase de maturação e em bom estado fitossanitário, após desenvolvimento dentro do normal.
Finalmente, na regional de Soledade, a maior parte dos campos de trigo estão em fase de enchimento de grãos, na proporção de 60% dos cultivos e de apenas 2% em maturação.
Na primeira semana de outubro, preços do trigo tiveram comportamentos distintos, segundo o Cepea
Dados levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP) mostram que os preços do trigo trabalharam em direções opostas no início de outubro nos mercados de balcão (preço ao produtor) e no de lote (negociação entre empresas).
“Enquanto os valores ao produtor foram influenciados por expectativa de colheita recorde, os entre empresas apresentaram leves altas, devido às chuvas que limitaram os trabalhos de campo em algumas regiões”, segundo o Cepea.
Sobre a colheita, mesmo com as precipitações em muitas das regiões que cultivam o cereal, de maneira geral, as atividades estão avançando. As perspectivas ainda são de produção recorde no Brasil; “a Conab indicou produção nacional na safra 2022/23 em 9,35 milhões de toneladas (baixa de apenas 0,1% em comparação aos dados de setembro/22), mas 21,9% acima da de 2021/22 e um recorde”, pontua o órgão.