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Analista aponta exportações como fator para produtor brasileiro ter bons preços na venda de milho

Cenário internacional é de incerteza diante do momento econômico mundial e temores com a guerra, mas as exportações brasileiras ainda devem se beneficiar da demanda existente

 

Por Notícia Agrícolas


Entre os meses de fevereiro e setembro de 2022, o Brasil já acumulou exportação de 22 milhões de toneladas de milho, devendo embarcar mais 6 milhões ao longo deste mês de outubro. Se essa projeção se confirmar, já seriam 28 milhões de toneladas das 35 a 40 milhões estimadas pelo mercado. 

 

Segundo o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, ouvido pela reportagem do site Notícias Agrícolas, a volatilidade do dólar mexe com as cotações no Brasil e os produtores precisam ir vendendo e fazendo médias de preços, sem segurar grandes volumes para o momento de virada de safra.

 

O analista ainda explica que a safra de soja está sendo plantada mais cedo, o que vai aumentar a concorrência por espaço nos armazéns e pela logística mais cedo, o que pode pressionar as cotações do milho.

 

Um dos fatores que poderia mudar este cenário, seria a ocorrência de alguma grande intempérie climática, o que ainda não dá sinais de acontecer no país, de acordo com o especialista. 

 

Plantio do milho verão avança para 75% no estado do Paraná, aponta Deral

A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu relatório de plantio e colheita das principais safras do estado neste início de outubro. 

 

O relatório semanal, analisado pela equipe de reportagem do site Notícias Agrícolas, apontou que 75% das lavouras de milho verão foram semeadas até a última segunda-feira (10). Deste total, 65% ainda está em germinação e 35% já avançaram para a fase de desenvolvimento vegetativo. 

 

As atividades mais adiantadas estão nas regionais de Francisco Beltrão, Maringá, Paranavaí, Toledo e Umuarama (100%), Ponta Grossa (97%), Londrina (95%), Laranjeiras do Sul (91%) e Cascavel (88%). 

 

Por outro lado, as atividades mais atrasadas estão em Cornélio Procópio (0%), Ivaiporã (10%), Jacarezinho (30%), Apucarana, Pitanga e União da Vitória (40%). 

 

A volatilidade do dólar mexe com as cotações no Brasil e os produtores precisam ir vendendo e fazendo médias de preços, sem segurar grandes volumes para o momento de virada de safra, segundo Roberto Carlos Rafael - Foto: CNA

 

Detalhando as regiões paranaenses, os técnicos do Deral destacam que as lavouras de milho verão estão se desenvolvendo bem na região Norte do estado. Já nas regionais Oeste, Centro-Oeste e Sudoeste, o plantio foi finalizado em alguns municípios com o registro de diminuição de área para essa temporada. 

 

As atividades de plantio seguem avançando na região Noroeste, mas ainda de forma lenta em virtude da alta umidade. 

 

Por fim, as janelas de tempo bom na última semana favorecem o andamento das atividades agrícolas na região Sul, deixando em dia os trabalhos que estavam atrasados. 

 

Demanda externa aquecida eleva cotação do milho no Brasil

Segundo informações divulgadas Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), “a demanda internacional pelo cereal brasileiro esteve mais aquecida ao longo da semana passada, cenário que elevou os preços nos portos e, consequentemente, no mercado interno”. 

 

Dados levantados por pesquisadores do centro mostram que a ampliação da demanda no mercado externo está atrelada, em grande parte, “às preocupações com a escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia, que poderia atrapalhar as exportações de grãos pelo Mar Negro, e também à colheita nos Estados Unidos, que ainda segue em ritmo inferior ao registrado na temporada passada”. 

 

Em relação ao Brasil, os pesquisadores do Cepea pontuam que os consumidores do cereal ainda não mostraram interesse muito expressivo no interior do País quando comparado ao registrado no corredor da exportação. O órgão explica que boa parte destes demandantes “está atenta ao andamento da safra verão e aos estoques de passagem confortáveis da atual safra”. 

 

Pelo lado dos produtores, eles voltam seus olhares aos valores majorados praticados nos portos, o que acaba limitando as vendas de grandes volumes no spot nacional.