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Com demanda aquecida, exportação de milho já registra recordes em novembro

Já na importação por parte do Brasil, os negócios estão mais lentos do em 2022, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex)


A demanda pelo milho brasileiro continua aquecida e novembro começou com volume expressivo de exportação do grão sendo registrado. De acordo com dados do relatório do Ministério da Economia, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), só nos primeiros oito dias do mês, o Brasil exportou 95% do volume embarcado em novembro de 2021. 

 

O relatório apontou ainda que, neste período, o Brasil teve uma média diária de embarques de 286.076 toneladas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume representa um salto de 127,2%. Em novembro de 2021, o volume foi de 125.922,2 toneladas. 

 

Acompanhando essa demanda aquecida pelo cereal, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) já projeta que o Brasil irá exportar 6 milhões de toneladas do grão em todo o mês de novembro. Se confirmado, este seria mais do que o dobro do volume registrado no mesmo período do ano passado. 

 

“O forte aumento na comparação com novembro de 2021 deve-se à maior oferta do cereal no Brasil com uma safra recorde, principalmente. Uma boa demanda de importação pela Europa, que lidou com uma seca este ano, também é citada entre os fatores de aumento dos embarques brasileiros de milho”, explica a Anec, ressaltando a demanda aquecida pelo cereal. 

 

A balança comercial do milho em novembro, em termos de receita, totaliza US$ 684,223 milhões, contra US$ 513,251 milhões de todo novembro do ano passado. Na média diária, isso representa um aumento de 12,4%, com US$ 85,527 milhões por dia útil, enquanto que no ano passado a média foi 27,013 milhões. 

 

Outra elevação aparece no preço por tonelada obtido, que subiu 127,2% no período de um ano, saindo dos US$ 214,50 no ano passado para US$ 299,00 neste mês de novembro. 

 

Entre os meses de janeiro a novembro de 2022, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais estima embarques do cereal em 37,9 milhões de toneladas, contra 20,6 milhões de toneladas registradas em todo o ano passado, período em que as lavouras foram castigadas pela seca e por geadas. 

 

Dados divulgados pela agência de notícias Reuters, destacam ainda que a exportação de soja do Brasil foi estimada em 2,4 milhões de toneladas no mês de novembro, ante 2,15 milhões em novembro de 2021. Se os números se confirmarem, os estoques no final deste mês devem chegar a 76,9 milhões de toneladas, contra 86,6 milhões de toneladas em todo o ano de 2021 - ano de recorde na safra de soja. 

 

Problemas climáticos na Europa justificam aumento expressivo nos embarques do Brasil, de acordo com a Anec - Foto: CNA

 

Com base nesta exportação até novembro, o volume embarcado já supera a previsão anterior da Anec para o ano todo, de 75,5 milhões de toneladas de soja. A Anec também estimou exportações de farelo de soja em 1,45 milhão de toneladas em novembro e em 19,1 milhões de toneladas no acumulado do ano.

 

Importação

Já a importação do milho por parte do Brasil está mais lenta neste mês, de acordo com os dados da Secex. O país começou o mês comprando 119.670,1 toneladas de milho não moído, exceto milho doce. 

 

Em volumes absolutos, os números significam que nos primeiros oito dias úteis, o Brasil recebeu 19,2% do volume total registrado em novembro do ano passado - que foi de 621.376,4 toneladas. A média diária de importação foi de 14.958,8 toneladas contra 32.704 do mesmo mês do ano passado, redução de 54,3%.

 

Também foi observado redução nos valores médios diários que foram de  US$ 7,980 milhões em 2021 para US$ 3,380 milhões neste mês, o que representa queda de 57,6%. Os preços dispensados por tonelada importada também caíram 7,4% saindo de US$ 244,00 para US$ 226,00.