Tempo seco favorece o plantio do trigo no Rio Grande do Sul
Estado tem previsão de produtividade de 2.822 kg por hectare no ciclo atual; expectativa é que o clima continue ajudando no desenvolvimento do cereal.
A primeira semana de julho foi marcada por tempo firme em boa parte do país e a condição climática favoreceu o plantio do trigo no estado do Rio Grande do Sul, de acordo com dados divulgados pela Emater-Rio Grande do Sul na última semana. Com a diminuição do teor de umidade nos solos, foi possível avançar na semeadura e a estimativa da produção no estado é de 1.413.763 hectares. Para os próximos dias, a expectativa é que o clima continue ajudando no desenvolvimento do cereal.
A produtividade estimada é de 2.822 quilos por hectare.
Os dados atualizados pela entidade mostram ainda que a área de lavoura implantada chegou a 80%, sendo o maior índice registrado no Noroeste gaúcho, região onde algumas cidades também estão próximas da finalização e o menor índice é observado nas áreas de Serra.
"A maior incidência de radiação solar traduziu-se também em melhores condições para as lavouras implantadas anteriormente e que apresentavam um aspecto mais amarelado. Foi observado um crescimento mais rápido, e as plantas tomaram um porte mais vigoroso", afirma a Emater-Rio Grande do Sul.
A Emater destaca ainda que as condições nas semanas anteriores apontavam umidade elevada em algumas áreas e elas registraram aumento da incidência de plantas invasoras, o que exigiu do produtor uma antecipação do manejo de controle. O tempo firme também colaborou para serem realizadas pulverizações com herbicidas e também adubação nitrogenada na cobertura.
Bagé
"Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os volumes de chuvas de até 50 mm, registrados na Campanha, refletiram no atraso na semeadura, e as lavouras estabelecidas sofreram estresse devido ao excesso de umidade nos solos. Alguns produtores de Aceguá desistiram do plantio do cereal nessa safra, pois a época já é considerada inadequada para a semeadura de cultivares de ciclo mais longo", afirma a publicação.
Os números mostram ainda que até o momento só foi possível avançar com a safra em 6% da área projetada. O que preocupa o setor é que a previsão da continuação das chuvas no estado podem atrasar o plantio até a segunda quinzena do mês.
Itacurubi e Maçambará
A publicação oficial da Emater mostra ainda que em Itacurubi e Maçambará, a semeadura do trigo já aproximou-se de 80% da área projetada, e a redução dos níveis de umidade do solo também favoreceu as lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo. Já em Manoel Viana, os produtores aproveitaram os dias sem chuvas para concluir os trabalhos de dessecação de pré-semeadura e avançar com o plantio, que ainda estava em atraso. Em São Borja, o plantio avançou para 75% da área prevista, restando apenas as lavouras situadas em baixadas úmidas, onde ainda são necessários mais dias com sol para o acesso das máquinas.
Caxias do Sul
Na área de Caxias do Sul, a pausa na chuva também permitiu o início da semeadura do cereal, trabalho que deve se estender até o final do mês. Nas áreas de menor altitude os trabalhos de plantio também foram retomados e as primeiras áreas plantadas apresentaram bom desenvolvimento inicial, apesar de alguns pontos de áreas de baixadas apresentarem falhas, resposta ao excesso de umidade ocorrido logo após a semeadura.
Ijuí
Em Ijuí, a Emater observou grande avanço na semeadura, com 90% da área plantada. "Foi finalizado o plantio de trigo com ciclos precoce e médio dentro do período ideal para essas cultivares. As lavouras semeadas até o dia 25 de junho apresentam excelente emergência e representam aproximadamente 75% das lavouras implantadas", afirma.
Pelotas
Já na área de Pelotas, apesar da elevada umidade, prosseguiu a semeadura do trigo, que alcançou 40% da área estimada de 17 mil hectares para a região. Nas regionais de Passo Fundo e Santa Maria, o índice dos cultivos estabelecidos é de 60%. Nas de Erechim, Frederico Westphalen e Soledade, a proporção é maior, com 90% das lavouras plantadas. Em todas as regionais, o maior número de horas com insolação favoreceu o estabelecimento e melhorou o desenvolvimento vegetativo, que estava sendo afetado pela baixa luminosidade no período anterior.