MILHO: Paraná reduz produção, mas ainda assim estado pode ter safra recorde de grãos
Problemas climáticos e aumento da cigarrinha impediram produção expressiva no ciclo atual; colheita ainda avança.
O estado do Paraná atualizou no mês de junho suas estimativas de grãos. Houve leve redução na produção do milho safrinha de 2021/22, mas ainda assim o Paraná deve ter uma safra recorde de grãos, após longo período de desafios climáticos, com destaque para a seca que castigou o estado nos últimos dois anos. As informações foram atualizadas recentemente pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
Os números atualizados mostram que a produção de milho será de 15,44 milhões de toneladas em 2021/22. Já a produção total de grãos deve alcançar pouco mais de 36,2 milhões de toneladas no estado. No mês de maio, o Deral previa 36,8 milhões de toneladas. Mesmo com os ajustes nos números, os dados indicam a produção de uma safra recorde para o estado paranaense. Já em relação a área de plantio, ela deve ficar em 10,9 milhões de hectares.
Entre os destaques para o estado, Marcelo Garrido, chefe do Departamento de Economia Rural, fala sobre o crescimento na produção da segunda safra em relação ao ano passado, sobretudo para o milho total e feijão, apesar dos problemas climáticos enfrentados ao longo dos últimos dois anos pelo produtor.
A produção do milho safrinha deve se aproximar de 15,44 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representa uma queda de 700 mil toneladas em relação às primeiras estimativas, que indicavam o volume de 16,1 milhões de toneladas. O número, porém, é 170% superior em relação ao ano passado. Vale destacar que a safra anterior foi ainda mais prejudicada pelas condições climáticas, ficando em 5,7 milhões de toneladas.
Além do clima, a cigarrinha foi outro problema que o produtor enfrentou na segunda safra no estado do Paraná. Em relação à área de plantio, foram cultivados 2,7 milhões de hectares do cereal na safra, representando 8% a mais que na safrinha do ano passado. A colheita ainda avança no estado, com apenas 6% de área colhida.
Outras culturas também ganharam destaque no Deral, como por exemplo o trigo. De acordo com dados da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) do último mês, o cultivo do cereal deve alcançar 1,17 milhão de hectares no estado, com produção de 3,9 milhões de toneladas. Se as estimativas estiverem corretas, o volume representa 20% a mais do que na safra anterior, apesar da área plantada ser 5% inferior.
Colheita da segunda safra
De acordo com informações publicadas pela agência de notícias Reuters, a colheita da segunda safra 2021/22 no Centro-Sul do país está em cerca de um terço da área, já que o clima mais seco e as temperaturas elevadas ajudaram no avanço dos trabalhos no campo.
A consultoria AgRural aponta que a área colhida está em 30,7% da safra, o que representa volume de 25 milhões de toneladas. De acordo com os especialistas, a colheita poderia estar mais avançada, mas a umidade dos grãos no Paraná e também no Mato Grosso do Sul ainda é lenta, em decorrência das temperaturas mais baixas observadas nas últimas semanas nessas áreas.
“O percentual colhido de 30,7% veio dentro do intervalo de 30,1% a 34,4% projetado pela AgRural em abril para clientes. O ritmo poderia estar mais acelerado, mas a perda de umidade dos grãos segue lenta em Mato Grosso do Sul e no Paraná devido às temperaturas mais baixas”, afirma a consultoria.
Em relação ao mercado, a consultoria acrescenta que o Brasil ganha espaço para competir com outros países fornecedores, como por exemplo os Estados Unidos. Os números mostram que a segunda safra representa aproximadamente 75% da produção.
Já a Pátria AgroNegócios, também consultoria reconhecida no mercado, destacou na última segunda-feira, dia 4 de julho, que a colheita estava em 34,1% da área no Brasil, a frente então da média histórica dos últimos cinco anos, de 23,9%. A consultoria, no entanto, acrescenta que a produtividade deve ficar abaixo do esperado no Centro-Sul do Brasil, com destaque para o Paraná, Minas Gerais e nas lavouras de Goiás.