Safra aveia 2022/23 deve ter um incremento de 0,82% ante a passada em Santa Catarina
Apesar do avanço na produção nacional, preços devem continuar elevados, apontou último relatório do IBGE
A safra de inverno está em pleno desenvolvimento e, de acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), para a safra de aveia estima-se que a produção do ciclo 2022/23 deva ter um incremento de 0,82% ante a passada.
Se confirmada, a produção em Santa Catarina deve alcançar a marca de 57.478 toneladas. O último relatório apontou ainda que deve ser observado queda de 3,26% na área de cultivo, antes de 39,9 mil hectares e agora de 38,6 mil hectares no Estado de Santa Catarina.
Ainda de acordo com a Epagri, falando em outros cereais de inverno, no caso da cevada é esperado produção de 2.569 toneladas. Se confirmado, o número representa 9,46% que no ano anterior. Já na área, é esperado aumento de 12,1% no ciclo atual.
O grande destaque para o ano é a produção de trigo, que tem como perspectiva aumento de 25,6% este ano. De acordo com o relatório, a oferta mais expressiva do cereal se justifica pelo aumento da área de cultivo, que se confirmado, terá um salto de 21,4% no ciclo atual para 124,7 mil hectares.
Com relação aos municípios produtores, Chapecó deve ser a principal origem com 19,57% de todo trigo cultivado no estado. Na sequência, a Epagri destaca a produção de Canoinha - com 19,32%, Curitibanos com 18,98% e Xanxerê com 14,66%.
IBGE atualiza dados da safra, mas descarta redução nos preços
No começo deste mês de julho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) voltou a confirmar que a safra de grãos do Brasil deste ano deve bater recorde de produção, mas ponderou que os preços dos alimentos devem continuar em patamares elevados. A avaliação faz parte do Levantamento Sistemático da Produção.
A explicação, de acordo com Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE, se dá pelo fato do Brasil ter grande demanda exportadora de outros países, o que deve ajudar a manter os preços elevados.
O IBGE aponta ainda que a alta no preço dos produtos se justificam não só pelo aumento da demanda, mas também pelos problemas logísticos, que tiveram início há mais de um ano como reflexo da pandemia do coronavírus. O cenário, que ainda não estava 100% estabilizado, ganhou um ingrediente novo com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Os números do IBGE mostram que a safra brasileira deve chegar a 261,4 milhões de toneladas, se confirmadas, o volume em 2022 é 8,2 milhões de toneladas a mais que o ano passado. Em porcentagem, esse aumento é de 3,2%. Mesmo com o recorde, o número fica abaixo do que o previsto anteriormente em 0,6%.
No caso da aveia, o IBGE aposta em produção de 1,1 milhão de toneladas, alta de 0,2% em relação ao previsto no mês de maio. Já em comparação com o ano passado, o número representa aumento de 8,3%.
No caso da cevada, a produção está estimada em 483,2 mil toneladas, o que representaria aumento de 1,6% em relação ao estimado em maio pelo Instituto. Já no trigo, é esperado um recorde de 8,863 milhões de toneladas em 2022, o que significa alta de 13,4% quando se compara com o ciclo anterior.
“Nosso consumo gira em torno de 12 milhões de toneladas. A gente ainda importa, mas vai importar menos do que importava em anos anteriores”, disse Carlos Guedes.
“Se a gente conseguir colher em torno de 9 milhões (de toneladas), a gente teria que importar entre 3 milhões e 4 milhões de toneladas. Em alguns momentos a gente importou muito mais para abastecer o mercado”, disse o porta-voz à imprensa. Vale lembrar que quando se fala em trigo, também é preciso lembrar que os preços estão em alta devido aos conflito político no Leste Europeu.
Considerando todos os grãos produzidos no Brasil, o IBGE destacou que a área a ser colhida atinge 72,5 milhões de hectares, o que significa alta de 5,8% ou 4 milhões de hectares na comparação com o resultado do ano passado. Em relação à projeção de maio, representa crescimento de cerca de 209,4 mil hectares ou 0,3%. Os três principais produtos da pesquisa, o arroz, o milho e a soja somados, equivalem a 91,7% da estimativa da produção e respondem por 87,5% da área a ser colhida.