Encontro Nacional dos Produtores de Sementes de Soja destaca qualidade, padrão e manejo das sementes 

Conforme dados da Conab, a perspectiva é que a safra 2021/22 alcance uma produção de 124,3 milhões de toneladas de soja.

 

Por Notícias Agrícolas


Realizado neste mês de junho, a segunda edição do Encontro Nacional dos Produtores de Sementes de Soja (ENSSOJA) trouxe como pautas de importância para o setor a questão da qualidade, padrão e manejo de sementes.

 

De acordo com informações da organização do evento, de um lado há os cientistas e pesquisadores que atuam no desenvolvimento de sementes adaptadas às mais diversas regiões, condições e com tecnologias para que a produção da oleaginosa seja melhorada. Do outro, o produtor que planta, cuida das lavouras e colhe, tendo como base a semente que pode resultar na produção de centenas de milhares de sacas do grão. 

 

“O sucesso da lavoura depende da qualidade da semente utilizada. Mas não só dela: depende também das técnicas de produção, em processos permanentemente aprimorados, e do bom sistema de controle de qualidade”, aponta José Barros França Neto, pesquisador da Embrapa Soja.

 

Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a perspectiva é que a safra 2021/22 alcance uma produção de 271,3 milhões de toneladas de grãos, sendo 124,3 milhões delas de soja. 

 

A Embrapa Soja, que é referência na América do Sul, e a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), firmaram durante o evento um acordo de cooperação para o desenvolvimento de processos de padronização junto às indústrias de sementes instaladas no país. 

 

“Não é justo que o agricultor receba uma semente cuja qualidade não esteja à altura do investimento. Nós queremos entregar, sempre, credibilidade ao sojicultor. Esse é o nosso compromisso com a cadeia da soja no Brasil. Teremos uma extensa pauta de trabalho conjunto, com esse propósito”, declarou o presidente da Abrass, Gladir Tomazelli.

 

Durante o evento, o representante da divisão da Embrapa voltada para soja, França Neto, salientou a importância do processo da pesquisa científica no desenvolvimento da cultura, além da participação do produtor rural como elos para o desenvolvimento da cultura da oleaginosa no Brasil, que se destaca mundialmente.

“O sucesso da lavoura depende da qualidade da semente utilizada”, aponta José Barros França Neto, da Embrapa Soja - Foto: CNA

 

O pesquisador ressalta ainda que a semente de soja é “uma unidade de produção”, elemento imprescindível para que se alcance a uma planta com elevado desempenho agronômico. No processo, França Neto também destaca que a colheita, transporte e armazenagem, investimento e cuidado adequados são de suma importância.

 

“A soja vem da China, um país de clima temperado. Obviamente, tudo teve que ser desenvolvido, em tecnologia, para adaptar a soja para o clima tropical e subtropical. Associado a isso, semente tem que ter um bom controle de qualidade. Tudo está amarrado: semente é uma matéria-prima que inicia todo o processo agropecuário. Centenas e centenas de pessoas e profissionais foram envolvidos nesse desenvolvimento”.

 

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), Gladir Tomazelli, também destacou como temas importantes para o evento e para a cultura da oleaginosa no Brasil o mercado, genética, inovação e perspectivas políticas para o setor. 

 

“A Abrass tem um propósito muito claro: a defesa dos interesses dos multiplicadores de sementes de soja de todo o território nacional. Essa defesa passa por diversas ações, dentre as quais duas merecem destaque: proporcionar acesso ao conhecimento e zelar pela efetivação e o cumprimento de políticas públicas que resguardem a atividade”, pontuou Tomazelli.

 

Tecnologia

O desenvolvimento tecnológico para aprimoramento das sementes de soja, desde a região, clima, resistência a pragas e doenças, traz ganhos ao produtor.

 

André Dias, da Spark Inteligência Estratégica, ressalta que “a introdução de novas tecnologias, atualmente, é muito mais rápida que há 10 ou 12 anos atrás. Hoje, uma nova cultivar rapidamente toma conta de 1 milhão, 1,5 milhão de hectares. Isso está relacionado ao perfil do tomador de decisão, que vem mudando”.

 

Conforme informações da Spark Inteligência Estratégica, divulgadas pela organização do ENSSOJA, a cultura da oleaginosa prevalece em 55% da área de 69,1 milhões de hectares dedicada à agricultura no Brasil. Números levantados pela empresa também apontam para a existência de 141 mil propriedades rurais voltadas à atividade agropecuária no país. Cerca de 7 mil delas estão localizadas em Mato Grosso e no chamado Matopiba (Maranhão-Tocantins-Piauí-Bahia) e concentram cerca de 40% da produção de grãos.