Segunda safra de soja e feijão exige cuidado redobrado no manejo 

Rotação de culturas, manejo do solo, sementes certificadas e cumprimento da bula diminuem riscos de pragas e doenças na safrinha 

 

No momento de optar pelo cultivo de soja ou feijão na segunda safra – também chamada de safrinha -, o produtor precisa ficar atento com o manejo do cultivo para não comprometer a lavoura vigente e as futuras. Em ambas as culturas, doenças da primeira safra podem deixar resquícios de alguma patologia no campo, e se não houver um manejo bem feito, estas doenças podem permanecer na segunda safra e chegar a comprometer o calendário posterior. 

 

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a soja cultivada na safrinha, especialmente em sequência à outra lavoura de soja, apresenta problemas fitossanitários, como a ferrugem asiática, agravados pela maior presença de inóculo de doenças remanescentes da primeira safra.  

 

Ainda no caso da soja, segundo a Embrapa, há o risco de acelerar a resistência de insetos às táticas de controle, “pois essas tecnologias de controle serão as mesmas em ambas as safras e, portanto, exercerão pressão de seleção por mais tempo”. 

 

Já em relação ao feijão segunda safra, as doenças chamadas mosaico dourado e mancha angular são as de maior ocorrência e danos. O mosaico dourado tem como vetor a mosca-branca e é a principal virose do feijoeiro. A antracnose também é uma doença frequente e que pode inviabilizar a produção de feijão, se não houver o controle antes, durante e depois da segunda safra.  

 

Plantio direto 

Aderir ao plantio direto pode ser uma forma de evitar doenças na lavoura. Mas é preciso fazê-lo de forma correta para que a soja e o feijão safrinha não sejam comprometidos.  

Segundo a Embrapa, uma possível conx'sequência do cultivo da soja safrinha é o comprometimento da qualidade do solo manejado no sistema plantio direto (SPD), que apresenta como requisitos básicos a diversificação de culturas e a manutenção do solo coberto e com baixa mobilização.  

“Pode-se concluir que o SPD mal executado poderá causar problemas fitossanitários às culturas de soja e ao feijoeiro, principalmente quando a semeadura for realizada com elevado teor de umidade do solo, quando o solo estiver compactado e quando não se obedecer um esquema racional de rotação de culturas”, aponta a pesquisadora da Embrapa Leila Maria Costamilan. 

 

Dicas de manejo 

Para o produtor que deseja diminuir ao máximo os riscos de resistência a pragas e doenças no decorrer da segunda safra de soja e feijão, algumas medidas são indicadas. Isso porque, o controle de doenças fúngicas é resultado de um conjunto de ações a serem feitas regularmente.  

Utilizar semente de boa qualidade fitossanitária e com uso de variedades resistentes e rotação de culturas são algumas ações a serem aderidas regularmente, mas que merecem cuidado na segunda safra exatamente para que pragas e doenças não persistam na safra seguinte.   

A seguir, confira 8 dicas para o manejo da segunda safra de soja e feijão: 

 

  1. Faça correção de solo com adubação correta 
  2. Elimine restos culturais e plantas voluntárias hospedeiras; 
  3. Escolha sementes de qualidade e tratadas; 
  4. Se ainda for trata-las, trate com produtos adequados e em doses específicas;
  5. Faça rotação de cultura com plantas não hospedeiras; Realize o plantio direto de forma correta;
  6. Respeite o vazio sanitário de cada cultura; 
  7. Utilize o controle químico como parte do manejo;
  8. Consulte um engenheiro agrônomo e obedeça a bula