Cientistas paranaenses estudam germinação de sementes de aveia em diferentes condições de temperatura
As cultivares utilizadas na pesquisa foram fisiologicamente afetadas nas temperaturas mínimas e máximas.
Um grupo de cientistas da Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizou um estudo para detectar como as diferentes temperaturas afetam a germinação das sementes de aveia. Segundo as pesquisadoras, há o conhecimento de a temperatura ideal “para a germinação de sementes de aveia branca está entre 20 e 25 °C”. Entretanto, o estudo se fez necessário devido às oscilações de temperatura que podem ocorrer durante a implantação de várias cultivares. Para além disso, as cientistas também levaram em consideração a expansão das áreas de plantio da aveia para outros territórios brasileiros, como a região Centro-Oeste, por exemplo, que possui clima mais quente.
“Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações fisiológicas em aveia sementes expostas a diferentes temperaturas durante a germinação”, pontua o grupo. As autoras são:
- Luana de Carvalho Catelan e Luana de Souza Marinke, ambas alunas do Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em Londrina, no Paraná;
- Marinara Ferneda Ventorim é aluna do Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UEL
- Lúcia Sadayo Assari Takahashi é professora-doutora Sênior do Departamento de Agronomia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UEL.
Para a realização do estudo, o grupo utilizou as cultivares IPR Afrodite e IPR Artemis, desenvolvidas no Paraná, e URS Altiva, URS Brava, URS Corona e URS Guará, criadas no Rio Grande do Sul.
Segundo o grupo, além de características genéticas, físicas, fisiológicas e atributos sanitários das sementes, a temperatura também se configura como uma das questões essenciais na germinação das sementes. As pesquisadoras explicam no artigo que “o intervalo entre o mínimo, ótimo, e temperaturas máximas, dentro das quais o processo de germinação ocorre” leva um curto espaço de tempo.
Conforme as pesquisadoras descrevem no documento, os testes foram organizados de maneira casualizada com quatro replicações em um planejamento fatorial 6 × 4. As diferentes cultivares utilizadas no experimento foram avaliadas nas faixas de temperatura de “15°, 20°, 25° e 30°C e a primeira contagem de germinação, germinação, índice de velocidade de germinação (IVG), comprimento da plântula, e massa seca. foram avaliados”, segundo o estudo.
“Para o teste de germinação, quatro repetições de 100 sementes foram colocadas entre papel germitest umedecido com água destilada na proporção de 2,5 × a massa de papel seco. Rolos foram feitos e levados ao germinador nas temperaturas indicadas. Os rolos foram expostos a um fotoperíodo de 12 horas. A primeira contagem de germinação foi realizada no quinto dia após a instalação do teste para quantificar sementes em vigor, e o número de plântulas normais foi gravado. A segunda, a contagem ocorreu no décimo dia quando o número final de normal mudas, mudas anormais e sementes foram registradas”, aponta o grupo de cientistas no artigo.
As pesquisadoras descrevem ainda que foram realizadas contagens diárias do número de sementes germinadas até a data final da contagem estipulada para o teste. Foram consideradas como germinadas as sementes que emitiram raiz primária de, ao menos, dois milímetros de comprimento.
Das cultivares de aveia utilizadas durante a pesquisa em cada faixa de temperatura estipulada para o estudo, todas elas, com exceção da Guará, tiveram melhor desempenho a 25°C. Sobre a variedade Guará, o estudo descreve que “não houve diferença nos resultados em comparação com quando a temperatura foi de 20°C”. O vigor das sementes de aveia Afrodite, Altiva, Artemis, Brava, e Corona foi reduzido a 20° e 30°C, e para a cultivar Guará, a 30°C em comparação com 25°C.
Quando se fala em germinação, o processo não ocorreu nas sementes utilizadas até o quinto dia para as cultivares analisadas na faixa de temperatura dos 15°C. As pesquisadoras citam literatura de apoio, que pontua “que a velocidade de germinação é sensível a variações de temperatura”. A possibilidade levantada é de que, aos 15°C, houve comprometimento do desenvolvimento do embrião da semente, o que implica na redução da velocidade da germinação.
“As cultivares foram fisiologicamente afetadas nas temperaturas mínimas e máximas. As plântulas normais não se formaram aos 15°C e os maiores valores de germinação foram registrados a 20° e 25ºC, o que mostrou que estas foram as temperaturas mais favoráveis para o processo de germinação. A 30°C, o vigor diminuiu e houve um maior número de mudas anormais e sementes mortas”, explicaram as pesquisadoras na conclusão do artigo.