
Semeadura do milho no Rio Grande do Sul está mais lenta do que nos últimos dias
Segundo relatório da Emater/RS, até metade de novembro, 78% das lavouras estavam em fase de germinação ou descanso vegetativo, enquanto 17% em floração
O plantio do milho no estado do Rio Grande do Sul ainda estava em atraso na metade do mês de novembro, de acordo com dados divulgados pelo mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS e apurado pelo site Notícias Agrícolas.
De acordo com os dados, até o dia 17 de novembro, os produtores no estado já haviam semeado 80% dos 831.786 hectares estimados para a safra de milho verão 2022/23. O ritmo é mais lento que na temporada passada, quando estava em 85% e abaixo dos 84% da média dos últimos cinco anos.


Até o período citado, 78% das lavouras estavam em fase de germinação ou descanso vegetativo, enquanto que 17% estavam na fase de floração e 5% avançando para o período de enchimento de grãos.
“A cultura segue em implantação e predominam as lavouras em desenvolvimento vegetativo. O processo reprodutivo ocorre em 22% dos cultivos e essa fase é extremamente sensível à insuficiência no fornecimento de água e à ocorrência de temperaturas extremas”, disse o documento.
Assim como na soja, os produtores ainda estão preocupados com as condições climáticas. As previsões mais recentes indicam possibilidade de tempo ainda mais seco e quente. "O eventual estresse, principalmente hídrico, causa problemas na polinização, na formação e no desenvolvimento das espigas, repercutindo em queda na produção”, afirmou a publicação.
A Emater projeta a produtividade média de 7.337 quilos por hectare, o equivalente a 122,28 sacas por hectare. Do lado do mercado, o valor médio da saca de milho decresceu 0,08% ao longo desta última semana, passando de R$ 84,31 para R$ 84,24.


Condições climáticas atrapalham também o plantio na Argentina
Assim como no Brasil, as condições climáticas atuais trazem preocupações e até problemas para o plantio de milho na Argentina na temporada 2022/23. Na última semana, a semeadura avançou apenas 0,2 ponto percentual na semana, chegando a 23,6% da projeção de 7,3 milhões de hectares.
Na última semana, a incorporação de lotes de milho destinados ao grão comercial manteve a baixa velocidade dos relatórios anteriores. O trabalho concentra-se na semeadura dos últimos plantios precoces.
Até o momento, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos estavam em 400 mil hectares inferiores ante ao registrado no mesmo período da safra anterior. Já com relação à qualidade, os reportes são mais positivos, indicando melhorias devido ao retorno das chuvas.
“As chuvas foram registradas em grande parte da área agrícola nacional com volumes heterogêneos, aliviando os maiores acumulados nas províncias de Buenos Aires, La Pampa e Córdoba. Estas precipitações permitem melhorar os níveis de água nos primeiros centímetros dos perfis em setores onde a falta de umidade foi acentuada. Paralelamente, a melhoria da umidade permite começar a acumular reservas para o plantio de plantios tardios que terão início em duas semanas”, explica a BCBA.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires classificou ainda as lavouras de milho em 11% com boas condições ou excelentes, 61% como normais e 28% entre regulares e ruins. Os números mostraram ainda que 66% da área apresentavam condição hídrica adequada ou ótima, enquanto 34% com regular ou seca.
Na semana passada, esses índices eram de 9% boas ou excelentes, 57% médias e 34% ruins. Do lado das condições hídricas, 58% das lavouras estavam como ótimas ou adequadas e 42% com regulares ou secas.
A publicação ainda destaca também que em direção às províncias de Córdoba e San Luis, as chuvas melhoram as condições para a recuperação das áreas afetadas pelas geadas tardias. “A refertilização nitrogenada está prevista para começar nos Núcleos Norte e Sul nos próximos dias. Na área centro-norte de Santa Fe, foram registrados danos específicos causados por lepidópteros que estão sendo controlados”, finaliza.