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Como preparar o solo para o plantio do milho?

Por conecta.ag


O milho se destaca na agricultura nacional, já que pode ser cultivado em todo o território brasileiro em diferentes épocas do ano. Além disso, é um dos cereais mais consumidos do mundo, rico em nutrientes e usado para alimentar tanto pessoas quanto animais. 

 

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o Brasil exportou volumes recordes em 2021, e a tendência é que esse número cresça ao decorrer dos anos. Em setembro deste ano, as exportações mais que dobraram se comparadas ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do governo federal. Isso prova que o milho é uma ótima alternativa dentro do agronegócio!

 

 

Há duas principais safras de milho: a normal e a safrinha. A primeira acontece entre setembro e novembro nas regiões sul, sudeste e centro-oeste; enquanto que nas regiões norte e nordeste, acontece entre março e abril. Já a safrinha, é plantada fora desses períodos e costuma ser entre janeiro e abril, principalmente nos estados do Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

 

O que considerar na hora de preparar o solo para o plantio de milho? 

 

Antes de tudo, é necessário analisar o solo e considerar o histórico da lavoura. Não existe um padrão que vai atender a todos os tipos de solo, pois cada um tem suas próprias demandas, que podem variar de acordo com o tipo e o uso. Mas existem instruções que podem ajudar o produtor a ter maior rentabilidade e melhor proveito da safra: 

 

  • Quais são os principais tipos de preparação de solo para a plantação de milho?

Há duas maneiras de cultivar o milho: de modo convencional ou de forma direta. No convencional, há o revolvimento do solo por meio de arados e grades. E no plantio direto, o solo é mobilizado apenas na linha de plantio, deixando os restos vegetais das culturas antecessoras na superfície do solo.

 

 

  • Preparo Convencional

No preparo convencional, o objetivo do revolvimento do solo é fazer a inversão de camadas do terreno e incorporar os restos vegetais que estão na superfície. Assim, há maior mineralização da matéria orgânica e também maior liberação de nutrientes para as plantas em um curto prazo de tempo. Além disso existem outras vantagens como:

 

  • Retirada de camadas compactadas
  • Aplicação de corretivos
  • Eliminação de pragas do solo
  • Remoção de plantas daninhas
  • Adequação do leito de plantio e semeadura

Por outro lado, o plantio convencional aumenta a evaporação do solo, o risco de erosão e aumenta os custos de produção da lavoura. 

 

  • Plantio direto

No plantio direto o solo não é revolvido, ou seja, há preservação de sua estrutura.

 

As vantagens que esse sistema oferece ao produto são grandes, a redução de gastos com a compra de materiais (arados e grades) e de energia para utilizar o trato são algumas delas. 

 

Além disso, outras vantagens do plantio direto são: 

  • Aumento da retenção de água no solo
  • Proteção da superfície do solo contra erosões e compactação pelos pingos de água
  • Aumento da quantidade de matéria orgânica no solo e, por consequência, a capacidade de trocas catiônicas (CTC)
  • Aumento e manutenção da microbiota do solo, que pode diminuir a incidência de doenças
  • O microambiente fica mais favorável para desenvolver as raízes, principalmente nos períodos de seca e locais com históricos de veranicos

No entanto, a desvantagem desse sistema é que a aplicação de corretivos - como o calcário - só pode ser feita na superfície do solo. 

 

Antes de adotar esse plantio, é necessário fazer uma boa correção de fertilidade no solo - de 0 a 20 cm de profundidade- assim como uma boa análise. 

 

  • A importância do manejo do nitrogênio para a cultura do milho

 

O Nitrogênio (N) é um componente base do milho. As revisões de literatura revelam que a cada unidade de N se dá 6,25 unidades de proteína, por isso ele é um elemento essencial para a produção de aminoácidos e logo, de proteínas também. Além disso, o nitrogênio é importante para a molécula de clorofila e para o processo de fotossíntese. 

 

Diante disso, o N é essencial para o manejo de alta produtividade. É necessário avaliar o solo para que ele tenha uma boa quantidade de nitrogênio, garantindo o bom funcionamento da planta e ofertando capacidade produtiva ao milho. 

 

Outra informação importante é verificar o histórico do solo para saber como manejar o nitrogênio durante a plantação de milho. Recomenda-se plantar ervilhaca antes do milho no verão, pois ela produz uma boa cobertura no inverno.

 

Durante o desenvolvimento das plantas, ocorre uma explosão de crescimento na qual os entrenós se desenvolvem - ou seja, a matéria verde se desenvolve muito rápido. Por isso, é necessário dividir a aplicação de Nitrogênio durante as diversas fases da planta, fazendo a lavoura ter ainda mais rentabilidade. 

 

  • A reposição de outros nutrientes também é importante

A resposta da cultura a uma grande quantidade de insumos também depende da disposição de nutrientes limitantes. Caso algum desses nutrientes essenciais falte, ou seja insuficiente, a lavoura poderá ser comprometida.

 

Ainda que o nitrogênio receba muita atenção quando o assunto é o plantio de milho, é necessário reparar em problemas que podem ser gerados devido à falta de outros nutrientes. O fósforo, potássio, enxofre, zinco e magnésio são extraídos do solo de forma linear de acordo com o aumento da produção. Por isso, é necessário o uso de fertilizantes em diferentes etapas da demanda da plantação. 



  • Outros cuidados para preparar o solo 

 

A fertilidade do solo continua sendo o fator base para a saúde das plantas e é essencial para as grandes safras. Sem ela, é impossível garantir a produtividade em larga escala da cultura do milho. 

 

A cultura do milho exige muito do solo. Portanto, a preparação do plantio é fundamental para a colheita. Além de fértil, recomenda-se que o solo seja drenado, rico em húmus e com uma boa quantidade de adubo composto, já que o milho não se dá bem com o adubo fresco. 

 

Atente-se e avalie a acidez no solo e, caso ela seja encontrada, é necessário fazer um tratamento com cal para controlá-la. 

 

O solo deve ser preparado com uma aração de 20 cm de profundidade. Depois, é fundamental fazer uma boa gradação a fim de quebrar os torrões e nivelar o terreno. 

 

Outra recomendação é: se o terreno for em declive, faça o plantio em curva de nível. Isso evita enxurradas que podem destruir a plantação e possibilita que a água da chuva penetre com mais facilidade no solo, trazendo grandes benefícios para a cultura.  

 

A rotação de culturas também é uma estratégia interessante por favorecer a reciclagem de resíduos, o que traz melhorias para o solo e aumenta a quantidade de matéria orgânica no solo (MOS). Isso é bom para driblar a dificuldade que muitas das vezes o ambiente quente e úmido traz, já que essas características estimulam a decomposição orgânica rápida e limitam os níveis de MOS.

 

Na hora do plantio, o milho deve ser plantado em linhas ou sulcos distanciados 1 metro entre si, onde 1 semente é colocada a cada 20 cm. Depois disso, é hora de cobri-la com uma camada de 5 cm de terra ou covas separadas com 1 metro de distância uma das outras. 

 

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