No Rio Grande do Sul, cadeia produtora de aveia organizada oferece mais uma oportunidade de renda ao produtor rural

O cereal, de acordo com a Emater/RS-Ascar, também exerce um papel importante na rotação de culturas, contribuindo para recuperação e conservação dos solos

 

Segundo informações divulgadas pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Rio Grande do Sul, entidades ligadas ao agronegócio têm se aproximado para reforçar as alternativas de produção de grãos para o inverno, uma vez que o clima do Rio Grande do Sul se mostra ideal para esta diversificação. Uma das culturas que estão sendo tratadas por estas entidades está a aveia. A cadeia de produção do cereal foi tema de debate entre a Emater/RS-Ascar e a SL Alimentos, empresa do Paraná que produz e fornece matéria-prima e produtos finais para a indústria alimentícia baseada em cereais de inverno.

 

O início da organização entre as instituições, segundo a Emater, foi em junho de 2021, ocasião em que a Gerência de Classificação e Certificação da Emater/RS-Ascar começou a fazer a classificação de toda a aveia utilizada pela empresa, originada no Rio Grande do Sul. Já em reunião realizada no início de maio de 2022, o presidente da Emater/RS, Edmilson Pelizari, e o diretor técnico, Alencar Rugeri, trataram com o gerente da SL Alimentos, Santiago Emanoel da Silva, a aproximação entre as entidades com a finalidade de construir um acordo de cooperação, tendo como objetivo o desenvolvimento da cultura de aveia branca destinada à alimentação humana.

“A aveia é uma produção ainda considerada secundária no inverno, mas o RS tem uma participação muito grande no volume produzido no Brasil”, diz Santiago Emanoel da Silva, gerente da SL Alimentos - Foto: PIXINO

 

Sendo assim, se abre mais uma oportunidade aos produtores rurais do Rio Grande do Sul para geração de renda, além da assistência técnica que assume seu papel no desenvolvimento da qualidade e da produtividade do cereal. Além disso, conforme pontua o comunicado da Emater, foram iniciadas as tratativas de um projeto piloto de produção de aveia branca orgânica, bem como cultivos de base ecológica. 

 

"Esta aproximação é de suma importância para a agricultura gaúcha e a Extensão Rural, uma vez que vem ao encontro do nosso papel como instituição, de promover o desenvolvimento das cadeias produtivas, objetivando oportunizar aos agricultores melhoria na renda", destaca Jair Domenighi, supervisor da Gerência de Classificação e Certificação da Emater/RS-Ascar que intermediou a aproximação.

 

A aveia, de acordo com a entidade, também exerce um papel importante na rotação de culturas, contribuindo para a recuperação e conservação dos solos.

 

Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater/RS-Ascar, pontua que é imprescindível avançar na organização da cadeia produtiva da aveia. "É um momento importante para a Extensão Rural, de poder levar mais uma oportunidade ao Estado e aos produtores, de fortalecimento de nossa produção de inverno, e vamos contribuir para a organização de uma cadeia tão importante como é a da aveia", afirma Rugeri.

 

Santiago Emanoel da Silva, gerente da SL Alimentos, ressalta o avanço na aproximação com a instituição responsável pelo serviço oficial de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) do Rio Grande do Sul, com a qual mantém a parceria na classificação e padronização de toda a matéria-prima que é adquirida no estado. "A aveia é uma produção ainda considerada secundária no inverno, mas o RS tem uma participação muito grande no volume produzido no Brasil. Então nossa ideia, em conjunto com a Emater, é fazer a organização deste setor, fortalecendo a cadeia. 

 

A qualidade dos nossos produtos começa na originação, na participação no campo e a Emater tem sido um grande fomentador da produção de qualidade desde o início da cadeia. Com isso, queremos consolidar a cadeia da aveia e dar segurança comercial aos produtores”, afirma Santiago, que celebrou a oportunidade de firmar aproximações técnicas.

 

Produtores de Frederico Westphalen (RS) apostam na ampliação de áreas de trigo em detrimento de outras culturas de inverno

A estiagem que atinge a região Sul do Brasil, especificamente Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, causou perdas severas nas culturas de soja e milho no município, chegando a 80% e 70%, respectivamente, de acordo com o presidente do Sindicato Rural da cidade, Danilo Vanzin.

 

Ele explica que as duas culturas já estão em reta final do processo de colheita e que, no caso da soja, a média de produtividade é de cerca de 20 a 30 sacas por hectare, e para o milho, 40 sacas por hectare.

 

"Os produtores que fizeram negociação futura ou que comprometeram parte da produção com custeio terão dificuldades em cumprir com estes compromissos. Estamos, junto da Federação da Agricultura local, tentando encontrar alternativas de prorrogação ou renegociação destas dívidas", disse. 

 

Após a decepção com as safras de milho e soja, os produtores de Frederico Westphalen devem investir nos cereais de inverno, principalmente no trigo. Vanzin aponta que a área plantada com trigo no município deve aumentar entre 20% a 30%, isso somando as áreas que já são destinadas ao cereal e aquelas que seriam semeadas com aveia ou azevém e que os produtores destinarão ao plantio de trigo.