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Área plantada de soja no Brasil deve bater recorde na safra 2022/23

Levantamento está alinhado com a estimativa do 2º Levantamento de Grãos da Safra 2022/23, divulgado recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)


Conforme relatório divulgado pelo Rabobank com as perspectivas para 2023, a área semeada com soja no país deve bater recorde. Para os analistas, o total do espaço destinado à oleaginosa deve chegar a 43,3 milhões de hectares, um aumento de 4% no comparativo com a safra passada. O levantamento vai em linha com o 2º Levantamento de Grãos da Safra 2022/23, divulgado neste início de novembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta 43,2 milhões de hectares de soja para o próximo ano.

 

“Esse acréscimo é explicado, entre outros fatores, pelo avanço em importantes estados produtores da agricultura em áreas de pastagens degradadas, ou ainda, da opção pela oleaginosa em detrimento a outras culturas devido à melhor rentabilidade”, pondera o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

 

 

Apesar da pouca diferença entre a estimativa de área semeada com soja para a safra 2022/23, a estimativa de produtividade entre um órgão e outro mostra certa disparidade. Enquanto o Rabobank vê um cenário de 149 milhões de toneladas a serem produzidas, a Conab estima que o número fique em torno de 153,5 milhões de toneladas. Segundo a análise do Rabobank, mesmo com a expectativa de recorde para a safra do ano que vem, o clima no período crítico de desenvolvimento das plantas pode mexer com os preços.

 

O reporte do banco destaca a última atualização da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), que informa que o último trimestre deste ano ainda deve ter a influência do La Niña, com possibilidade de 80% de ocorrência do fenômeno climático entre outubro e dezembro.

 

Quando se olha para o cenário mundial, o banco ressalta que o aumento da oferta da oleaginosa deve ser mais relevante que o crescimento da demanda no ciclo 2022/23. Isso porque é esperado que a China amplie o volume de soja a ser esmagado em 2022/23, mas com volume similar ao observado em 2020/21, que chegou a casa das 93 milhões de toneladas. 

 

Outro fator de impacto sobre a oleaginosa brasileira é a redução do nível do Rio Mississippi, nos Estados Unidos, que deve elevar a competitividade da soja produzida no Brasil, uma vez que o escoamento da commodity norte-americana passa por dificuldades. Dessa forma, tomando como premissa uma safra recorde de soja no Brasil, espera-se um volume exportado de 89 milhões de toneladas no próximo ciclo, um avanço de 13 milhões de toneladas, de acordo com o último levantamento do Rabobank. 

 

Área destinada ao plantio da oleaginosa deve chegar a 43,3 milhões de hectares, segundo Rabobank - Foto: CNA

 

O esmagamento da oleaginosa no Brasil também deve atingir patamares recordes, conforme aponta a análise do banco, alcançando 49,5 milhões de toneladas. Ainda que haja este incremento no esmagamento e na demanda interna por soja, o banco destaca também uma recomposição dos estoques nacionais da oleaginosa. Olhando para os estoques globais, a projeção é de aumento de 8%, o que pode gerar pressão de baixa nos preços da soja para a próxima safra. 

 

Plantio de soja 2022/23 está acima da média histórica para o período

Levantamento realizado pela consultoria Pátria AgroNegócios neste início de novembro, divulgado pela agência internacional de notícias Reuters, destaca que o plantio de soja no Brasil para a safra 2022/23 atingiu no país a taxa de 73,9% das áreas destinadas para a cultura. O percentual está acima dos valores históricos para o período, segundo a consultoria, mas abaixo do que foi registrado em 2021. 

 

A Pátria AgroNegócios destaca a diminuição do ritmo na região Centro-Oeste do país devido à estiagem. 

 

Segundo os dados divulgados pela agência, o percentual médio dos últimos cinco anos para o plantio de soja nesta época está na casa dos 61,8%, e no ano passado, chegou a 78,1%.

 

“A desaceleração do plantio é consequência da expansão da seca sobre o Centro-Oeste brasileiro. Clientes Pátria já alertam sobre a paralisação da semeadura em partes de Goiás e Mato Grosso”, afirmou a consultoria em nota, conforme divulgado pelo veículo de comunicação. A retomada das precipitações na área são cruciais para a continuidade nos trabalhos de plantio, complementa a Pátria.