
Comercialização da safra de soja está mais lenta que nos anos anteriores, aponta consultoria
Produtores aguardam por preços mais atrativos durante a entressafra e de certa forma travam comercialização
Segundo dados divulgados pela consultoria Datagro, a comercialização da safra de soja 2021/22 estava em 87,7% até o último dia 7 de outubro. O volume ainda continua abaixo dos 98,1%, recorde registrado na safra 2019/20, e também fica abaixo dos 90,8% registrados no mesmo período do ano passado. Já a média dos últimos cinco anos é de 91,4%.
A consultoria destaca incremento mensal de 3,5 pontos percentuais na comercialização, abaixo dos 4,3 pontos registrados no mês passado, porém, abaixo dos 3,3 pontos percentuais do considerado normal para o período.
“Os preços médios internos tiveram leve queda em setembro, mantendo os produtores na defensiva para realizarem novos negócios, que foram mais relacionados à necessidade de fazer caixa para o início do plantio”, diz Flávio Roberto de França Junior.


O especialista acrescentou ainda que o produtor aguarda por novos preços no período de entressafra. "O que ainda é uma possibilidade, embora com chances que vão diminuindo por conta da redução na margem de esmagamento pelas indústrias", explica.
Já que a produção de 2022 é estimada em 126,59 milhões de toneladas, os números mostraram vendas de 110,99 mi de toneladas até o último dia sete de outubro. Neste mesmo período no ano passado, o volume de produção negociado era maior em termos relativos e absolutos, com 126,05 mi de toneladas.
A análise aponta que 17,4% da produção estimada de soja na safra 2022/23 já está comprometida, o que significa avanço de 1,2 pontos percentuais em comparação com os números anteriores. O fluxo está abaixo dos 25,5% no mesmo período do ano passado, abaixo dos 50,0% do recorde 2020 e dos 29,0% da média plurianual.
Apontou ainda que as vendas chegaram a 38,0% na Bahia, 28,5% no Mato Grosso, 20,9% no Tocantins e 18,0% no Mato Grosso do Sul.
Com relação à comercialização do milho, a consultoria mostrou avanço de 6,6 p.p em setembro, acima dos 5,6 p.p observados em agosto e da média de 3,5 p.p. Sendo assim, as vendas chegaram a 81,5% do volume de produção esperado, contra 90,7% observado no ano passado e 88,2% na média dos últimos cinco anos.
Em relação à safra de inverno 2022, até o dia 7 de outubro, 61,2% da produção estava comprometida pelos produtores, ante 55,1% no mês passado, 81,6% em 2021 e 75,9% na média plurianual.


Plantio avança no país, aponta levantamento semanal
Com relação ao plantio da safra 2022/23, os dados da AgRural mostraram que os trabalhos estavam em 9,6% até o último dia 6 de outubro, contra os 3,8% registrados na semana anterior e 10,1% observado no mesmo período do ano passado.
Segundo o relatório, a umidade e chuva constante permaneceram no Paraná, Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul, o que impediu o avanço das máquinas no campo. No estado do Mato Grosso, as chuvas ainda estão irregulares e é a baixa umidade do solo que está impedindo o ritmo da semeadura, sobretudo no médio-norte do estado.
Já na região Sul do Brasil, as temperaturas mais baixa e o tempo úmido que vêm atrasando a semeadura do milho verão, que estava em 38,8% da área estimada para o Centro-Sul do país. Na semana anterior esse índice era de 34,1% e no ano passado de 37,9%.
"Além dos três estados do Sul, que já estão entrando no quarto final do plantio, as máquinas agora avançam em São Paulo e Minas Gerais. Nos três estados do Sul, os produtores reclamam do tempo fechado e das temperaturas baixas, que estão tornando o desenvolvimento das lavouras mais lento", destacou a consultoria agrícola.