Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da maçã é atualizado
Renovação da regra amplia a área de abrangência, com novas regiões com potencial climático para a produção da fruta no Rio Grande do Sul.
Neste mês de julho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil publicou no Diário Oficial da União as Portarias SPA/MAPA nº 266 a 278, que tratam da atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da macieira nas regiões Sul e Sudeste.
O “upgrade” na norma se refere a algumas alterações na Nota Técnica e incremento da área de abrangência, com novas regiões que tenham clima que sejam ideais para a produção no Zarc da maçã para o estado do Rio Grande do Sul.
“A metodologia utilizada foi a mesma para as demais culturas, na qual a classificação é feita com base na disponibilidade de água e nos índices de temperatura de cada região avaliada, para as diferentes fases da cultura. Os níveis de risco podem variar de até 20%, de 20% a 30%, de 30% a 40% e de mais de 40%. Dentro desta metodologia, as áreas com até 20% de risco são as mais indicadas e as com mais de 40% de risco não são recomendadas para o cultivo de macieira”, informou o Mapa no reporte.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e um dos responsáveis pelo Zarc Maçã, Gilmar Nachtigall, a metodologia leva em consideração a seleção de áreas com acúmulo de frio no período de inverno, condição climática importante para a cultura, por meio de análise das informações de temperaturas da base de dados meteorológicos.
Com base neste estudo, foram delineados três tipos de regiões quanto ao acúmulo de frio hibernal: alto, médio e baixo. Essas definições foram confrontadas com as informações fenológicas da cultura, o que permitiu apontar indicações de cultivo para as diferentes regiões climáticas, aptas ao cultivo da macieira. “Com essas informações, os agricultores e técnicos podem planejar melhor o sistema de produção a ser adotado, a fim de evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis da cultura minimizando, assim, os riscos de perdas na produção”, explica Nachtigall.
“Outro aspecto que o pesquisador destaca é que o Zarc Maçã prioriza o plantio de cultivares de macieira que requerem elevado acúmulo de frio hibernal, como as cultivares do Grupo Gala e Fuji para as regiões com esta condição. Já em regiões que apresentem baixo acúmulo de frio, são indicadas variedades com menores exigências de acúmulo de frio, como as cultivares Eva, Julieta, Princesa e Condessa”, destaca o relatório do ministério.
O que é o Zarc
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é uma “ferramenta de análise do risco derivado da variabilidade climática e que considera as características da cultura e do solo, indicando as áreas e períodos de menor risco climático no país, definindo as regiões mais indicadas para o cultivo, de maneira a reduzir perdas e garantir rendimentos mais elevados”. Mais do que isso, este conjunto de informações possibilita aos produtores desses municípios indicados o acesso ao crédito rural, Proagro e ao seguro rural.
O Zarc conta com uma base de dados meteorológicos utilizadas na atualização do sistema. Estas informações são constituídas por séries históricas de aproximadamente 30 anos, agregadas a partir das redes de estações terrestres, meteorológicas e pluviométricas, convencionais e automáticas, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do sistema HidroWeb, operado pela Agência Nacional de Águas, e às pertencentes ao Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), além de redes estaduais mantidas por instituições ou empresas públicas.
Maçã: Oferta está ficando cada vez mais reduzida, diz Cepea
A oferta de maçã segue cada vez mais controlada nas classificadoras do Sul do país. Agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea relataram que as frutas estocadas não serão suficientes para atender o mercado interno até o final do ano. As câmaras de atmosfera controlada já estão até sendo abertas para a comercialização.
Assim, na última semana (11 a 15/07), com a oferta contida, juntamente ao bom ritmo de vendas, os preços conseguiram subir, principalmente para a Cat 1. A exemplo, a fuji 110 Cat 1 foi vendida na média de R$ 100,4/cx de 18 kg, valorização de 11% frente à semana anterior. Para as próximas semanas, as expectativas são de aumento de preço diante da constante redução da oferta, até mesmo no fim de mês.