Ministério da Agricultura atualiza Zoneamento Agrícola de Risco Climático para o trigo na próxima safra 

Para a cultura, o Zarc vem sendo atualizado todos os anos para acompanhar as melhorias do sistema de simulação de riscos, ampliação da base de dados, descoberta de novas áreas e tecnologias de produção 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atualizou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do trigo para a próxima safra, com as diretrizes já publicadas no Diário Oficial da União (DOU). As informações das portarias detalhadas podem ser acessadas aqui: https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-spa/mapa-n-601-de-16-de-dezembro-de-2021-368289333   

 

Segundo informações do ministério, entre as alterações, estão o melhor detalhamento no cultivo de trigo na região tropical, a avaliação de risco de frustrações pelo excesso de chuva no final de ciclo, além da inserção de atualização de ciclos de cultivares na base de dados. 

 

As diretrizes do Zarc servem como instrumentos de política agrícola do governo federal que garantem suporte às políticas de garantia da atividade agropecuária (Proagro) e seguro rural no Brasil. O detalhamento do zoneamento é conduzido sob a responsabilidade da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), contando também com apoio de diversas instituições públicas e privadas.  

No caso da cultura do trigo, o Zarc tem sido atualizado todos os anos para acompanhar as melhorias do sistema de simulação de riscos - Foto: CNA

Informações do Mapa dão conta de que o trabalho de desenvolvimento do Zarc é baseado em séries históricas de clima, modelagem de cultivos e simulação de riscos. Como lastro para as diretrizes estão dados coletados em cerca de quatro mil estações meteorológicas espalhadas pelo país. Considerando quatro variáveis - município, tipo de solo, cultura e ciclo da planta - o sistema apresenta a época do ano mais indicada para a semeadura e as taxas associadas de risco de perdas – até 20%, 30% e 40%. 

 

No caso da cultura do trigo, o Zarc  tem sido atualizado todos os anos para acompanhar as melhorias do sistema de simulação de riscos, a ampliação da base de dados, descoberta de novas áreas e tecnologias de produção, além da necessidade de convergência com as políticas públicas para o setor que são anuais. Neste momento, está sendo realizada a atualização para a safra de trigo 2021/2022. 

 

Na região Sul do Brasil, além da geada na fase de espigamento da planta, o excesso hídrico na fase final do ciclo do trigo é frequentemente apontado como causa de acionamento de sinistro nos pedidos de cobertura do Proagro e do seguro agrícola privado. “Usamos um indicador de risco de excesso de umidade baseado na quantidade de chuva no final do ciclo para demarcar os períodos de semeadura e os locais onde a ocorrência desse sinistro tem maiores chances de causar problemas no trigo”, explica Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo. 

 

Quando se fala em cultivo de trigo em regiões de clima tropical, as informações no Zoneamento Agrícola de Risco Climático estão sendo atualizadas de forma a minimizar problemas com deficiência hídrica e temperaturas elevadas. 

 

“A indicação de áreas aptas ao cultivo de trigo em sistema de sequeiro nos estados de Mato Grosso e Bahia integra a atualização do Zarc, com o refinamento das regiões para posicionar diferentes ciclos das cultivares que chegaram ao mercado, bem como ampliar os períodos de semeadura na região tropical”, explica Cunha. 

 

O agrometeorologista da Embrapa Trigo pontua que doenças de difícil controle, como giberela na região Sul, e brusone no Centro-Sul do Brasil, são pontos que merecem atenção especial da assistência técnica e dos produtores rurais para a adoção do manejo adequado preconizado pela Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale que dá sustentação técnica às indicações Zarc.  

 

“Precisamos reforçar a importância do Zarc como uma ferramenta de gestão de riscos na agricultura. Um trabalho robusto com base num complexo processo de modelagem e simulação que atende todos os municípios com indicação de cultivo de trigo. Estamos sempre em busca de melhorias, mas o Zarc é indispensável em qualquer sistema de cultivo. O seguro rural, seja público ou privado, não pode mais ser ignorado como um insumo na produção agrícola”, conclui Cunha. 

 

Na palma da mão 

 

O Mapa ainda disponibiliza aos produtores rurais e outros agentes do agronegócio o aplicativo Aplicativo Zarc Plantio Certo (https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/6516/aplicativo-zarc---plantio-certo), plataforma em que é possível acessar as informações oficiais do Zarc por meio de tablets e smartphones, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital, está disponível nas lojas de aplicativos. Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” (https://indicadores.agricultura.gov.br/zarc/index.htm).