Mato Grosso deve ter perda de até 4 milhões de toneladas na safra de milho, aponta Aprosoja

Já com relação à colheita, primeiro relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostrou que trabalho está mais avançado em relação ao ano passado e também em relação à média histórica.

 

Segundo dados divulgados pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a safra de milho no estado deve ter uma perda de quase 4 milhões de toneladas no ciclo atual, o que de acordo com a entidade, trata-se de uma perda irreversível aos produtores de grãos. O grande problema, segundo a Aprosoja, foi a severa estiagem prolongada que afetou mais de 10% em todo o estado do Mato Grosso. 

 

O relatório assinado pela equipe técnica da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso apontou ainda que a safra deste ano deve se aproximar de 36 milhões de toneladas de milho, ficando então abaixo do volume esperado em razão de um menor volume de chuva em importantes fases do processo reprodutivo. De acordo com a Aprosoja, em algumas áreas as lavouras chegam a estar com até 50 dias sem chuva expressiva ou então com volumes abaixo de 10 milímetros. 

 

“O produtor rural é o maior prejudicado com esses números, porque toda previsão da colheita mexe com o mercado, com o custo de produção e as questões contratuais. Não podemos prever as questões climáticas, por isso a safra só se confirma após o trabalho da colheita”, afirma Fernando Cadore, presidente da entidade, em nota publicada pela Reuters. 

 

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) explicou ainda que os dados em questão foram coletados a partir de questionários respondidos pelos produtores associados e localizados em todas as áreas do estado, confirmando assim perdas irreversíveis. As áreas mais críticas foram observadas nas regiões oeste e sul do Mato Grosso. “Nosso trabalho em campo abrangeu centenas de produtores associados que nortearam nosso questionário confirmando as estimativas negativas para esta safra devido à seca”, finaliza Cadore. 

 

Período de pouca chuva 

Os dados coletados nas estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmam o baixo volume de chuva em todo o estado, pelo menos nos últimos 30 dias. 

 

De acordo com o mapa, apenas o norte do Mato Grosso registrou alguma chuva mais significativa, com volume entre 40 mm e 70 mm no período. Ainda no Centro-Oeste, é possível observar que os demais estados que compõem a região também não registraram chuvas com volumes significativos. 

 

A preocupação, segundo os produtores, é que além do período sem chuvas expressivas, a partir de agora a tendência é de tempo seco em boa parte da área com a aproximação do inverno. Além disso, com a massa de ar seco que tem como característica atuar fortemente neste período do ano, a tendência também é de baixa umidade relativa do ar nas horas mais quentes do dia, podendo ficar inclusive abaixo dos 20%, segundo os também dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

O grande problema, segundo a Aprosoja, foi a severa estiagem prolongada que afetou mais de 10% em todo o estado do Mato Grosso - Foto: CNA

 

Colheita 

Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da safra de milho 2021/22 estava em 1,24%, até a última sexta-feira, dia 20 de maio. Os números fazem parte do primeiro reporte sobre a colheita no estado. 

 

O Imea mostra que o número fica à frente do volume registrado no mesmo período no ciclo anterior, quando as atividades ainda não tinham se iniciado e também avançado quando se compara em relação à média dos últimos cinco anos, que também não ultrapassa 0%. 

 

Olhando para as regiões mato-grossenses, a mais adiantada na colheita é a Médio-Norte, com 2,30%, seguido por Noroeste 1,31%, Centro-Sul 1,14%, Nordeste 0,77%, Oeste 0,12%, Norte e Sudeste 0%.