Exportações de uva apresentam bom desempenho em 2021
Com 76,6 mil toneladas embarcadas, receita arrecadada foi de US$ 155,9 milhões
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou os dados sobre as exportações de uva. Com um bom resultado, principalmente no primeiro semestre, os embarques de 2021 chegaram a 76,6 mil toneladas, 55,6% a mais que em 2020, quando foram exportadas 43,7 mil toneladas.
A receita com as vendas também apresentou um crescimento de 43%, alcançando a cifra de US$ 155,9 milhões entre janeiro e dezembro. No ano anterior, o montante arrecadado foi de US$ 93,3 milhões.
Com a demanda reduzida, sobretudo em setembro, e problemas na logística marítima, com a falta de contêineres, o segundo semestre teve uma performance tímida no acumulado do ano.
Sendo assim, nos últimos seis meses de 2021, os embarques de uva se concentraram entre outubro e novembro. E apesar dos desafios e da modesta participação, as exportações de uva foram 41,1% maiores ante 2020 nesse período.
Rendimentos
As margens de rendimentos foram positivas nas praças produtoras, com exceção de Jales, onde a crise hídrica e as baixas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento das frutas.
Apesar do resultado favorável, os valores ficaram abaixo dos registrados em 2020 devido à queda do poder de compra do consumidor, ocasionada pela Covid-19.
Perspectivas para 2022
De acordo com o Hortifruti Brasil, haverá oferta expressiva de uva nos primeiros meses de 2022. Esse aumento é explicado pelo atraso da safra 2021/22 em algumas localidades no Sudeste e no Sul.
No entanto, apesar da quantidade elevada prevista nessas praças produtoras, a rentabilidade pode ser impactada, uma vez que houve um aumento nos custos de produção devido às repodas causadas pelas geadas no inverno.
A oferta será moderada no Vale do São Francisco. A região está em alerta devido às previsões de persistência do La Niña neste verão. O fenômeno causa mais chuvas no Nordeste, o que pode prejudicar a qualidade da uva, pois a fruta absorve facilmente água, podendo deixá-la mais ácida ou mais aguada.
No que diz respeito aos investimentos, a tendência é que sigam em expansão do Vale do São Francisco e mantenham estabilidades nas demais regiões produtoras.
As exportações deverão permanecer aquecidas este ano, uma vez que o mercado interno está com baixa demanda e a desvalorização do Real frente ao Dólar e ao Euro estimulam produtores a enviarem a fruta para o exterior. Sendo assim, conseguem recuperar mais rapidamente os valores empregados nos vinhedos.
Contudo, apesar do cenário positivo para os embarques, os viticultores do Vale do São Francisco enfrentarão como obstáculo, em 2022, as condições climáticas, que podem interferir no volume e qualidade das frutas, especialmente nos primeiros seis meses do ano.
Vinho
Assim como as exportações de uva, os embarques de vinho também registraram crescimento de 83,25%, conforme informações da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
Em 2021, foram direcionados ao mercado internacional 10,8 milhões de garrafas – 8.132.342 litros. As exportações são ainda maiores se forem contabilizados os volumes de vinho, espumante e suco de uva, chegando a 12.437.524 litros. Em 2020 foram embarcados 6.586.262 litros.
As vendas de espumantes para o exterior apresentaram uma alta de 21,36%, enquanto as de suco de uva expandiram 144,59%, correspondendo a 3.369.939 litros.
Os embarques ocorreram para 53 países. Os maiores compradores foram China, Estados Unidos, Haiti, Paraguai e Rússia.