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Conab aponta recorde na produção brasileira de grãos, mas destaca que clima impediu produção ainda mais expressiva

Todas as principais culturas do país sofreram com a falta de chuva e temperaturas elevadas neste ciclo

 

Por Notícia Agrícolas


De acordo com dados do 12º Levantamento da Safras de Grãos, publicado no início do mês de setembro, a produção da safra brasileira no ciclo 2021/22 deve alcançar 271,2 milhões de toneladas, o que representa alta incremento de 14,5 milhões de toneladas quando se compara com o ano anterior. 

 

“Embora tenha passado por adversidades climáticas em algumas regiões produtoras, principalmente nos estados da região Sul do país, esta é a maior colheita já registrada dentro da série histórica de produção de grãos no Brasil”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

 

Ainda sobre as condições climáticas adversas, o levantamento apontou que a soja, principal produto, teve o ciclo marcado pelas altas temperaturas em importantes áreas produtoras do país. Neste sentido, destaca-se a condição enfrentada por produtores nos estados do Paraná, Santa Catarina e em áreas do Mato Grosso do Sul.

 

 

De acordo com a Conab, a temperatura elevada acabou impactando de forma significativa a produtividade nessas áreas,  resultando então em queda na produção. O relatório mostrou 50% de quebra no estado do Rio Grande do Sul. Sendo assim, a colheita da soja no Brasil é estimada em 125,6 milhões de toneladas - baixa de 10% em relação ao ano de 2020/21.

 

Já com relação à produção de milho, o relatório mostrou certa recuperação na produção do grão, com colheita estimada em 113,2 milhões - alta de 30% em comparação com o ano anterior. 

 

Durante a primeira safra foi observado estabilidade com 24,9 milhões de toneladas, mais uma vez, o clima foi o grande desafio para aumento de produtividade, cenário que mudou na segunda safra, principalmente nos três estados da região Sul, a estimativa de produção é de 86,1 milhões de toneladas, retomada de 41,8% na produção. 

 

Já na região Central do país, como nos estados Minas Gerais, São Paulo e em Goiás, a falta de chuva impactou diretamente na produção. Além do período de estiagem, os três estados registraram ataques de cigarrinhas nas lavouras. 

Soja, o principal produto cultivado, está entre os que mais sentiu os impactos da estiagem e temperaturas elevadas - Foto: CNA

 

“Há duas safras houve o registro de cigarrinhas em regiões de clima frio. A partir daí, a praga tem aparecido de forma mais recorrente. Para a safra 2022/23, os produtores precisam ter bastante atenção quanto ao surgimento desse vetor de forma a tentar melhor controlá-lo", explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

 

Já para as culturas de inverno, a Conab manteve a projeção de produção recorde para o trigo, com 9,4 milhões de toneladas. Foi observado atraso no período de semeadura, o cenário agora é favorável para o desenvolvimento das lavouras. 

 

A Conab também apontou problemas na produtividade do algodão devido ao estresse hídrico em algumas das importantes áreas de produção. Por outro lado, a qualidade da pluma apresenta bom desempenho, com produção estimada em 2,55 milhões de toneladas. O período de seca também vem favorecendo o período de colheita, prevista para encerrar no mês de setembro. 

 

O levantamento encerra com destaque para os produtores de feijão, que enfrentaram problemas climáticos em todas as três safras da leguminosa. Mesmo com as adversidades, a produção está estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas, o que atende ao abastecimento do país. 

 

Para o  arroz, o volume total a ser colhido é estimado em 10,8 milhões de toneladas, apresentando diminuição em relação a 2020/21, em razão de menor destinação de área para o plantio, bem como pela redução na produtividade média nacional. Ainda assim, a produção também é suficiente para a demanda do mercado interno.