6 pragas da soja e quais manejos adotar para evitá-las

Pragas da soja atacam a planta em diferentes fases e produtor precisa estar atento aos diferentes manejos

Pragas da Soja - Foto: Banco de Dados

 

Pragas da soja podem atacar a cultura desde a germinação até a colheita. Com base no estudo da Embrapa Soja, a partir do início do estágio vegetativo vários insetos danificam a cultura. São eles o bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus), a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), os corós (Scarabaeoidea) e os percevejos-castanhos-da-raiz (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae)

Mais adiante, durante as fases vegetativa e de floração, a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), a lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens) e vários outros desfolhadores atacam as plantas. Com o início da fase reprodutiva, surgem os percevejos sugadores de vagens e sementes (Nezara viridula, Piezodorus guildinii e Euschistus heros), os quais provocam danos desde a formação das vagens até o final do enchimento dos grãos.

Entenda melhor as características, fase de reprodução e como evitar a incidência das pragas de soja para uma safra mais saudável e produtiva.

 

1. Bicudo-da-soja 

Ao raspar o caule e desfiar os tecidos no local do ataque, o bicudo-da-soja pode causar dano irreversível e a morte da planta, se a infestação for alta e logo na fase inicial da cultura.

O ataque tardio na soja provoca também a interrupção ou redução da circulação da seiva através da haste principal, reduzindo a produtividade das plantas.

Bicudo da Soja - Foto: Banco de Dados

 

Para evitar a incidência desta praga da soja, a primeira recomendação a ser feita é a rotação de culturas. José Fernando Grigolli, pesquisador da Fundação MS, indica qu,e para aumentar a eficiência de controle da praga, é necessário fazer a rotação de culturas e o talhão de plantas não hospedeiras do bicudo-da-soja deverá ser rodeado por plantas hospedeiras preferenciais, como soja ou feijão. “[Elas] atuarão como cultura armadilha atraindo os adultos que emergirão do solo na área adjacente. Nesta ocasião, os adultos devem ser controlados periodicamente com inseticidas químicos para evitar a sua disseminação para as outras áreas de cultivo”, sugere.

 

2. Lagarta Elasmo 

Caso o ataque desta praga da soja se inicie após a germinação da soja até entre 30 e 40 dias, a soja inicialmente murcha e posteriormente seca, em razão da obstrução do transporte de água e de nutrientes do solo para a parte aérea da planta. Grigolli explica que os danos causados se restringem à fase larval, quando as lagartas se alimentam da base das plantas.

Lagarta Elasmo - Foto: Banco de Dados


Desta forma, há redução do número de plantas por área e consequente redução da produtividade. “No sistema soja-milho safrinha, a ocorrência desta lagarta pode ser alta, e requer monitoramento a fim de evitar perdas significativas”, ele alerta.

Para o manejo desta lagarta, ele recomenda a aplicação de produtos à base de clorpirifós e o tratamento de sementes.     

 

3. Corós

Entre as pragas da soja, também encontram-se os corós. Quando ocorre no início de crescimento das plantas, esta praga provoca o aparecimento de manchas com aspecto amarelado, ou ainda desenvolvimento retardado e raízes parcialmente danificadas, em caso de ataque tardio.

Corós - Foto: Banco de Dados


Os danos de corós na soja são causados pelo consumo de raízes ou até mesmo dos nódulos de fixação biológica de nitrogênio, acarretando redução na capacidade das plantas de absorver água e nutrientes.

Manipulação da época de semeadura, preparo do solo com implementos adequados e aplicação de inseticidas nas sementes ou em pulverização são algumas das maneiras de evitar a incidência desta praga de soja. Grigolli, da Fundação MS, ainda conta que os adultos dos corós costumam apresentar atração pela luz, por isso “o uso de armadilhas luminosas durante o período de emergência dos insetos do solo pode contribuir com a captura de um número expressivo de adultos durante a noite, reduzindo a sua infestação nos cultivos subsequentes”.

 

4. Percevejos-castanhos-da-raiz 

Outra praga da soja é O percevejo-castanho, o qual ataca as raízes da soja e de outras culturas desde a fase de plântula até a colheita, assim causando decréscimo no rendimento.

Percevejos-castanhos-da-raiz - Foto: Banco de Dados

 

Segundo a Embrapa, a espécie mais comum em soja é Scaptocoris castânea, mas há também uma segunda espécie, Atarsocoris brachiariae, comumente mais vista em pastagem, mas também ocorre na soja.

Com base em informações da Fundação MS, tanto ninfas como adultos desta praga da soja se alimentam sugando a seiva das raízes das plantas, assim variando entre murchar e amarelar as folhas até secar a planta por completo, podendo causar perdas de até 100% da lavoura. “Algumas estratégias podem ser adotadas para o manejo do percevejo castanho, como manipulação da época de semeadura, preparo do solo com implementos adequados e aplicação de inseticidas nas sementes ou em pulverização no sulco de semeadura”, sugere o pesquisador José Fernando Grigolli.

 

5. Lagarta da Soja 

A lagarta-da-soja pode apresentar até quatro gerações durante a safra, passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto.

Lagarta da Soja  - Foto: Banco de Dados

Nas fases iniciais desta praga da soja, o consumo foliar é muito pequeno, mas do quarto ao sexto estágio as lagartas já apresentam grande potencial de prejuízo à soja, causando reflexos como baixa taxa fotossintética das plantas e baixo rendimento de grãos da cultura. Isso pode levar a 100% de desfolha.

No entanto, o controle desta praga já é de conhecimento de muitos produtores, sendo que o mais aderido é o manejo de inseticidas químicos.

 

6. Lagarta-falsa-medideira

O ciclo da falsa-medideira pode durar cerca de 15 dias e, durante esse período, pode consumir até 200cm² de área foliar da soja, de acordo com a Embrapa.

Lagarta-falsa-medideira - Foto: Banco de Dados

E segundo o pesquisador da Fundação MS, os períodos de seca favorecem o desenvolvimento desta lagarta, podendo ocorrer alta infestação e intensa desfolha, caso esta não seja detectada e controlada a tempo.

A população desta praga da soja aumenta a partir dos 48 dias após a emergência das plantas, assim, as aplicações de inseticidas no pré-fechamento de linha da cultura devem ser realizados com produtos com efeito residual, como os reguladores de crescimento. “Entretanto, ressalta-se que estes inseticidas apresentam boa eficiência de controle de lagartas pequenas, e levam aproximadamente 2 a 3 dias para matar as lagartas.

Assim, o manejo de lagarta falsa-medideira exclusivamente com inseticidas reguladores de crescimento requere intensificação da amostragem”, aconselha Grigolli.