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Abit ressalta avanços na produção sustentável no Brasil para atender consumidor

Próximas evoluções do setor passam por aumentar as exportações de produtos manufaturados da pluma


No dia 7 de outubro, foi comemorado o Dia Mundial do Algodão. Para marcar esta data, o Notícias Agrícolas conversou com Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), para saber o atual momento vivido pelo setor aqui no Brasil.

 

A liderança destacou os avanços da cultura nos últimos anos com crescimento de produção e exportação do Brasil, além de ressaltar a importância de pontos como sustentabilidade e rastreabilidade, que têm sido as grandes apostas do setor para atrair cada vez mais consumidores mundo afora.

 

Pimentel elencou ainda o aumento das exportações de produtos manufaturados da pluma como o próximo passo que o setor precisa dar para seguir crescendo nos próximos anos.

 

 

Data comemorativa passou a integrar o “calendário do agro” em 2019

Conforme dados da Abit, o Dia Mundial do Algodão foi criado de forma oficial em 7 de outubro de 2019 como maneira de comemorar e ressaltar a importância desta commodity para a economia brasileira e global. Para Pimentel, a cotonicultura no Brasil sente orgulho de integrar essa cadeia produtiva tão importante. 

 

“Somos o principal consumidor dessa matéria-prima produzida em nosso país, onde trabalhamos de forma conjunta com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão e Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, visando ao fortalecimento de uma cadeia vasta de produção e distribuição”, destaca o presidente.

 

Importante também lembrar de que a Abit integra desde o início o programa Sou de Algodão,  iniciativa criada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Este projeto é um movimento que foi criado de forma a incentivar a moda responsável, ética e sustentável, de forma a unir a cadeia produtiva, partindo da matéria-prima até o produto finalizado. 

 

Segundo dados divulgados pela Abit, o Brasil figura no quarto lugar entre os maiores produtores da fibra, e em segunda posição em relação à exportação do produto. 

 

Além disso, o país se configura como o maior produtor de algodão certificado do mundo, fator que mostra a combinação bem-sucedida de quantidade, qualidade e sustentabilidade em seu aspecto mais amplo, contemplando aspectos importantes, como o meio ambiente, o social e a governança. “Isso é fruto de um dinâmico e inovador ecossistema de pesquisa, produção e mercado”, destaca a Abit.

 

Apesar dos resultados apontados pela Abit, o presidente da entidade, Fernando Pimentel, pondera que ainda existem desafios para o setor, como, por exemplo, a exportação de produtos manufaturados com base no algodão, “agregando, assim, ainda mais valor à matéria-prima e gerando mais investimentos e geração de empregos em todos os elos desta enorme e vibrante rede de produção sustentável”. 

 

“Parabéns aos produtores de algodão do Brasil, bem como à indústria têxtil e de confecção de nosso país, o maior cliente da produção nacional”, frisou o dirigente.

 

Segundo informações da Abit, o Brasil se configura como o maior produtor de algodão certificado do mundo - Foto: CNA

 

Conab divulga expectativas para a cotonicultura brasileira referente à safra 2022/23

Na véspera da data comemorativa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 1º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23. Segundo o resumo do relatório, no caso da cotonicultura, a perspectiva da companhia é de que 1,63 milhão de hectares sejam dedicados  para o cultivo da fibra, o que representa um aumento de 1,9% na área semeada na safra 2022/23 em comparação com a safra anterior. 

 

Esta ampliação nas áreas de plantio de algodão, segundo a Conab, deverá resultar em 2,92 milhões de toneladas de pluma produzidas e, caso este volume produzido se concretize, isso deve resultar em um crescimento de 14,7%, comparada à safra 2021/22.

 

Quando se fala em mercado do algodão, a companhia indica nesta primeira prospecção para a safra 2022/23 há um avanço nos estoques finais da fibra em 17% quando comparado ao ciclo anterior. Em relação ao consumo no mercado interno, o levantamento realizado pela Conab destaca leve incremento na demanda por algodão, na faixa dos 2% comparando com a safra passada.

 

“O bom desempenho do algodão brasileiro no mercado internacional e os preços pagos na exportação têm estimulado os produtores a aumentarem suas áreas e investirem mais no rendimento e na qualidade do produto. Também há de se destacar a oportunidade gerada pelos problemas ocorridos na produção norte-americana, a qual teve seu volume e qualidade comprometidos pelas graves adversidades climáticas que atingiram as lavouras daquele país na safra atual”, ressalta o boletim.

 

A projeção divulgada pela Conab ocorreu ainda em período de vazio sanitário para grande parte das regiões produtoras de algodão, que devem começar os trabalhos de plantio no próximo mês de novembro.

 

Mercado brasileiro não foi tão favorável para o algodão em setembro, segundo Cepea

Fazendo um balanço sobre o mercado de algodão no mês de setembro de 2022, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), informou em boletim que as cotações no mercado doméstico do algodão em pluma recuaram ao longo do mês de setembro. Conforme a análise, os valores acabaram sendo pressionados para baixo pela “flexibilidade de alguns vendedores, que, por sua vez, estiveram atentos à baixa externa, ao dólar e à paridade de exportação”. 

 

O movimento de queda foi reforçado pela demanda enfraquecida, tendo em vista que indústrias utilizaram estoques e/ou a pluma recebida por meio de contratos. Assim, o Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, acumulou forte baixa de 15,7% em setembro, fechando a R$ 5,658 no dia 30, o menor patamar nominal desde outubro do ano passado. Apesar disso, a média mensal do Indicador Cepea/Esalq, de R$ 6,1232/lp, ficou 12,7% acima da paridade de exportação. Em dólar, o Indicador à vista teve média de US$ 1,1678/lp no mês, 1,8% abaixo do Índice Cotlook A (US$ 1,1888/lp), mas 16% superior ao primeiro vencimento negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que foi de US$ 1,0070/lp.