"Urban Farming" é tendência e IAC fala das vantagens dessa produção meio urbano

Segundo pesquisador, prática mostra inovação e nova potência de mercado para o setor de horticultura

Laboratório mantido pelo IAC traz a revolução de se produzir no meio urbano - Foto: IAC


"Reduzir custo de produção, custo de logística e para o consumidor final. Esse é o grande objetivo do Urban Farming", assim resume o pesquisador Luis Felipe Villani Purquerio, responsável pelo projeto inovador para área de horticultura, realizado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Visando aproximar o setor produtivo ao urbano, a prática é considerada revolucionária, sendo praticada no exterior há cinco anos e há um ano iniciou os estudos no Brasil. 

Cada vez mais promover um agronegócio sustentável é pauta para o setor produtivo do Brasil. Com os mercados interno e externo cada vez mais exigentes, as pesquisas avançam cada vez mais com objetivo de mitigar os danos climáticos, mas principalmente atender às exigências impostas pelo consumidor final. 

O laboratório de cultivo indoor, em fase de teste e mantido pelo IAC, busca aprimorar a produção, atender aos mercados e, acima de tudo, trazer tecnologia de ponta e que remetem ao conceito de "urban farm", conhecida também como agricultura urbana e com tendência para aumento do cultivo em um futuro muito próximo. 


O pesquisador ressalta que a horticultura é base para segurança alimentar. E que o conceito de agricultura vertical é uma expansão em larga escala e que já existe atualmente um crescente número de projetos de agricultura urbana. "O cultivo indoor possibilita a produção em qualquer lugar sem luz, como salas existentes nos prédios de restaurantes, cozinhas industriais ou empresas localizadas dentro de grandes centros urbanos, aproximando o produto do consumidor final", afirma a publicação do IAC

Segundo o pesquisador, apesar de ainda não ser possível mensurar a redução de custos para o produtor, a expectativa é de uma redução significativa sobretudo quando o assunto é logística e gasto com energia elétrica - dois setores que registraram expressivas valorizações em 2020 e também neste ano de 2021. 

No tocante ao mercado, o pesquisador afirma ser uma tendência mundial, já que cada vez mais nota-se um aumento no consumo de alimentos orgânicos. Explicando como funciona na prática, ele comenta que a nova estrutura conta com local de temperatura controlada e iluminação artificial de LED - o que justifica a redução nos custos, já que essa iluminação tem como característica uma maior durabilidade e um custo menor de aquisição e gasto.

Explica ainda que um dos diferenciais da produção indoor é justamente a maneira de cultivo. Neste laboratório, as plantas estão em bandejas adubadas com substratos – a fibra de coco é um deles. É a partir desta ação que o uso da água tem papel fundamental no quesito sustentabilidade, já que com a técnicas como a aeroponia (nebulização) a economia no consumo chega a 95%, se comparada aos métodos tradicionais de produção. 

O documento publicado pelo IAC afirma ainda que a promoção da horticultura neste formato pode ser definida como uma economia sustentável que tem como principal característica reunir todos os recursos da economia que utilizam recursos biológicos ou seres vivos. "Esse mercado destina-se a oferecer soluções coerentes, eficazes e concretas para os grandes desafios sociais, como a crise econômica, as mudanças climáticas, a substituição de recursos fósseis, a segurança alimentar e a saúde da população", ressalta. 

Com o aumento da população e consequentemente do consumo de alimentos, o setor produtivo pode encontrar desafios nos próximos anos. A proposta do IAC chega para trazer possíveis soluções a longo prazo nesse sentido. "Uma das alternativas para enfrentar esse desafio é o uso de tecnologias que promovam a integração de produção de alimentos em grandes centros. Dessa forma, será possível auxiliar a mitigar o impacto do desenvolvimento urbano sobre a agricultura e o meio ambiente", afirma. 

No primeiro semestre do ano que vem, o IAC promoverá o II Urban Farming, de forma presencial na cidade de Campinas, interior de São Paulo. De acordo com o pesquisador, o projeto já conta com diversos parceiros comerciais e visa agora mostrar ao mercado o potencial que existe com a agricultura indoor, além de mostrar que mais uma vez o Brasil está por dentro das tendências de mercado, cada vez mais exigente e pedindo por ações sustentáveis do agronegócio.
 

Para saber mais sobre o projeto do Instituto Agrônomico basta acessar:

http://www.urbanfarming.com.br/urbanfarming.html

As informações do projeto também estão disponíveis no Instagram da Uban Farming:  @urbanfarming.br