Pesquisa realizada na Argentina identifica relação entre peso específico das sementes e qualidade do arroz
Trabalho foi realizado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidad del Nordeste (UNNE) e Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e pode facilitar processo de pesquisa no mercado


As pesquisas para o setor de arroz seguem avançando na Argentina. A busca por encontrar cultivares que apresentem boa produtividade é uma realidade para o setor a nível nacional e cada vez mais pesquisadores conseguem resultados que podem mudar o rumo da produção em importantes países distribuidores de arroz.
Um trabalho realizado pela Faculdade de Ciências Agrárias da Universidad Nacional del Nordeste (UNNE) em conjunto com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) trouxe resultados que mostram a implicação do peso específico dos grãos na qualidade das sementes de arroz. A pesquisa foi feita com cultivares semeadas na região de Corrientes, na Argentina.
Segundo a publicação, com os resultados obtidos até aqui foi possível encontrar, em muitos dos casos, que quanto maior o peso específico do grão, maior a qualidade da semente. A ideia é que as informações colaborem para melhorar o tipo de semente e também encontrar o manejo mais adequado de cultivares do cereal a nível nacional.
Mas, antes de falar sobre os métodos aplicados e os fatores avaliados, é importante destacar que o que determina a qualidade da semeadura é a genética, atributos físicos, fitossanitários e fisiológicos. "A pesquisa realizada pelas duas instituições teve como principal objetivo determinar a influência de variáveis morfométricas de sementes sobre parâmetros de qualidade fisiológica das mesmas em cultivares comerciais e experimentais de arroz", afirmam.
Com relação às variedades comerciais que fizeram parte do estudo está uma das mais semeadas em nível provincial e nacional na Argentina, a IRGA 424, além da Embrapa 7 TAIM, a PAC 103 (variedade que se destaca pelo desempenho promissor da genética do Fundo Latino-Americano para Irrigação do Arroz e que está em processo de desenvolvimento de melhoramento genético) e por fim a variedade denominada como PUITA INTA CL.
Os resultados mostram que a PUITA e a IRGA 424 apresentaram maior proporção na fração de grãos de peso específico intermediário. Já a TAIM e a PAC 103 apresentaram maior proporção com mais peso específico. O estudo acrescenta ainda que as variedades TAIM e PAC 103 fazem parte de um grupo que apresenta maior largura e assim foi determinado um gradiente crescente: PUITA, TAIM e IRGA 424 e PAC 103.
O peso foi determinado por uma metodologia em que se pega um líquido de densidade conhecida (método com sacarose: água e açúcar) e, neste momento fluido, avalia se como o grão de arroz se comporta: se flutua é de densidade menor; se afundar tem uma densidade maior e, se ficar no meio, tem uma densidade equivalente à solução utilizada, de acordo com o estudo.
Os resultados mostraram ainda que com a análise foi possível identificar que a IRGA 24 se comporta diferente das demais, apontando que as sementes com mais peso mostraram menor comprimento e largura.
O trabalho em questão foi realizado como tese de pós-graduação e, de acordo com o engenheiro agrônomo, Gomez Ibarra, apresentou relevância para o setor produtivo de arroz. O pesquisador acrescenta ainda a importância de estudos como esse para a melhorar a produtividade das lavouras.
Os resultados sinalizam a hipótese de que quanto maior o peso específico, maior a qualidade da semente. O trabalho realizado foi extenso e bem detalhado e além de avaliar as variedades de arroz, também analisou os diferentes parâmetros do grão como largura, peso de mil sementes, poder de germinação, energia de germinação, estande e vigor da planta e tempo de emergência.
"Há muita pesquisa sobre arroz e é importante contribuir nesta linha com dados sobre cultivares locais", destacou Rosario Gomez Ibarra, líder do estudo de pós-graduação na Faculdade de Ciências Agrárias da UNNE.
A publicação no site especializado no setor destaca que os resultados são importantes e podem a partir de agora serem usados em diferentes interesses da cadeia, sobretudo para os que buscam melhoramento da cultura, avaliando novas cultivares, foco em melhoria da qualidade da semente e ajudam a evitar a necessidade muitas análises da qualidade da semente e variedade da planta.