Lavoura de trigo em Jacuizinho (RS) aumenta expressivamente produtividade com uso de iluminação artificial 

Além do trigo, bons resultados também foram observados na soja e testes estão sendo feitos com a semeadura do milho que será colhido nos próximos meses 

Produtor aumentou em mais de 50% a produtividade do trigo com uso de tecnologia de iluminação artificial; técnica tem chamado atenção dos produtores no centro-norte gaúcho - Foto: Vilmer Steffanello

O uso de tecnologia através de iluminação artificial trouxe bons resultados em uma lavoura de trigo em Jacuizinho, município localizado no Centro-Norte do Rio Grande do Sul. O produtor encerrou o ciclo comemorando a alta produtividade e o aumento de mais de 50% na colheita.

 

Vilmer Steffanello alcançou o resultado após investir em "Tecnologia Irriluce", que trata-se de sistema de iluminação artificial na lavoura, feito em um pivô de 12 hectares e meio, contando com 104 luzes de LED. A ação teve como principal objetivo suplementar a iluminação que naturalmente é mais baixa durante os meses de inverno na região Sul do Brasil, já que a quantidade de luz no dia diminui nos dias mais frios e nublados.[Text Wrapping Break][Text Wrapping Break]Outro objetivo alcançado foi aumentar a produção na lavoura e também cultivar novas produções. Além do trigo, a tecnologia foi implementada no cultivo da soja colhida em julho e posteriormente no segundo semestre na produção de trigo e milho. Com relação ao trigo, ele foi semeado no começo de julho com colheita realizada no começo de dezembro, já para o milho a colheita deve acontecer no final de janeiro.  

 

Segundo o diretor de pesquisa do Grupo Fienile, Ernane Lopes, os resultados são impressionantes para o trigo. Ele explica ainda que para analisar os resultados alcançados foram separados o campo testemunha (área sem modificação na forma como o produtor já trabalhava), o campo que recebe apenas a tecnologia da iluminação artificial (sem pacote de tecnologias que tratam do preparo do solo e técnicas de manejo), o campo que recebe apenas pacote de tecnologia (sem iluminação) e por fim o campo que recebe iluminação artificial juntamente com o pacote de tecnologias.  

 

O grupo Fieneli explica os resultados obtidos: No campo testemunhal, foi feita a colheita de 60 sacas por hectare. Já na parte que recebeu a iluminação artificial da Tecnologia Irriluce e as recomendações de manejo dos especialistas do Grupo Fienile foram colhidas 93,5 sacas por hectare, ou seja, 50% a mais. O produtor Vilmer conta que está otimista com este resultado e que acredita que as próximas colheitas podem ser ainda melhores. 

 

Segundo Gustavo Grossi, CEO da empresa, o uso de tecnologia está aí para ajudar o produtor, mas que ele também precisa estar disposto a entender a tecnologia e contar com apoio de pesquisadores. 

 

“A orientação é clara, para investir na Tecnologia Irriluce o produtor deve estar disposto a receber pesquisadores e a seguir as orientações dos especialistas ao longo dos três primeiros anos, tempo necessário para que possamos estabelecer uma diretriz para a utilização da iluminação artificial, bem como todo o acompanhamento necessário naquela região específica. Não é só sair instalando luzes por aí", alerta Grossi.

 

Os números mostram ainda que no primeiro semestre a colheita da soja apresentou bons resultados em quatro cultivares, sendo algumas precoces e outras tardias. O produtor destaca que após a estiagem que assolou a produção em boa parte do Sul do Brasil em 2021, que resultou em problemas até mesmo para áreas com pivô, os resultados trazem novo ânimo para seguir na produção da agrícola, que continua sofrendo com as adversidades climáticas, sobretudo no Rio Grande do Sul onde o cenário é mais crítico.

 

Segundo os dados publicados, com o método tradicional do produtor, sem pacote de tecnologias, a diferença entre a colheita que recebeu e a que não recebeu iluminação artificial foi de 30%, sendo 73 sacas por hectare nos campos sem iluminação e 102,97 sacas por hectare onde havia a tecnologia. 

 

“Estamos sempre sendo monitorados de informações, por isso estamos muito contentes com este projeto. Como é um assunto muito novo e não tem muita informação, isso faz toda a diferença. O investimento é alto e eu não posso correr o risco de ter erros que possam comprometer o resultado e causar danos”, afirma o especialista.