Setor de frutas do Brasil encontra potencial mercado nos Emirados Árabes
Logística, no entanto, pode ser um impasse para avanço dos negócios; Representantes do Brasil conversaram com potenciais compradores e esperam ampliar acordo comercial entre os países
O mercado externo de frutas do Brasil a cada ano ganha mais força e agora o produtor brasileiro encontra demanda por frutas também nos Emirados Árabes. Segundo informações da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), representantes de dez empresas brasileiras viajaram em missão comercial ao Oriente Médio para conhecer melhor as oportunidades para o Brasil no mercado local. A viagem foi promovida pela Abrafrutas em parceria com Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e apoio da Câmara Árabe.
“Embora o mercado seja bastante segmentado, de acordo com o nível de renda socioeconômica da população, parece que todos gostam das frutas tropicais que o Brasil produz”, disse para a ANBA o gerente de projetos da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge de Souza, que esteve nos Emirados buscando ampliar os negócios entre as lideranças dos dois países.
A viagem foi realizada na última semana de novembro, entre os dias 22 e 27. Apesar de curta, o momento foi bem aproveitado pelo setor que espera estudar as possibilidades para o Brasil a partir de agora. Ainda de acordo com os responsáveis, a viagem teve como principal objetivo encontrar novos mercados para a fruta produzida no Brasil, com o objetivo também de diminuir a dependência das exportações do Brasil para destinos como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.
De acordo com dados da Abrafrutas, esses três destinos (Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia), representam mais de 75% dos embarques que saem do Brasil, por isso desenvolver novos mercados é de extrema importância para o setor, que considera que essa concentração apenas nessas três regiões acaba oferecendo grande risco mercadológico para o setor no Brasil.
Com relação a escolha do Oriente Médio, a Abrafrutas explica que a escolha se deu principalmente pela região ter um consumo favorável para consumo de frutas e por atualmente ter baixa participação na exportação do Brasil, que é aproximadamente de 2%. “O objetivo é nos aproximarmos dos importadores, entendermos melhor as relações competitivas, quem são os nossos principais concorrentes, buscar soluções logísticas que diminuam custos, e, acima de tudo, entender o que o cliente do mundo árabe quer em termos de qualidade, tamanho de fruta, sabor, que variedades ele prefere”, diz o gerente.
Durante a viagem, as atividades tiveram como ponto de encontro o escritório da Câmara Árabe em Dubai, onde os brasileiros puderam conversar diretamente com potenciais compradores de redes de supermercados, companhias aéreas, empresas de processamento e reexportação e outros players.
Do lado de lá, Rafael Solimeo, diretor do escritório da Câmara Árabe em Dubai, destacou que os compradores árabes demonstraram interesse e elogiaram as frutas provenientes do Brasil, sobretudo pelas cores, sabores e competitividade. Em um cenário mais negativo, o diretor destacou que as questões logísticas podem dificultar um pouco o avanço dos negócios. "Segundo Solimeo, esse tema já vem sendo trabalhado e será aprofundado para facilitar a exportação das frutas brasileiras ao Oriente Médio e especificamente, aos Emirados Árabes Unidos", acrescenta a publicação da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados.
Além disso, os representantes das empresas brasileiras aproveitaram a oportunidade para visitar o pavilhão do Brasil e de países árabes na Expo 2020 Dubai, evento de grande relevância que também marcou o mês de novembro e contou com a participação de importantes lideranças do agronegócio a nível mundial. “A Expo é uma exposição universal que ocorre por seis meses nos Emirados. Houve visita ao mercado de produtos frescos local de Dubai e à Zona Franca do Aeroporto de Dubai (Dafza). Boa parte das frutas são exportadas mundo afora por via aérea”, finaliza a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados.