Alto sertão sergipano tem produção de limão tahiti com suporte de irrigação 

O sol forte do Alto Sertão, ao contrário de prejudicar, acelera o metabolismo da maioria das plantas e, no limoeiro, previne a incidência de doenças fúngicas 

Roberto Vieira, técnico agrícola da Cohidro. Foto: Secretaria de Agricultura de Sergipe

Por meio da água fornecida pelo Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pelo governo do estado de Sergipe, o limão tahiti irrigado agora é o novo produto que o produtor pode investir. De acordo com informações da Secretaria de Agricultura, no Sul do estado, polo citrícola, e no Platô de Neópolis, que até exporta o fruto para Europa, está concentrada a maior parte do limão produzido. 

 

O pomar de Eudes dos Santos, com mudas plantadas há dois anos e meio e há um ano e meio já produzindo limões, começa a dar lucro e tem sua viabilidade confirmada, podendo ser agora uma alternativa de renda, atrelada à geração de empregos, para os outros agricultores irrigantes do perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). 

 

No Platô de Neópolis, a Cohidro foi buscar a tecnologia para dar assistência técnica aos pomares de Canindé. Segundo a Secretaria de Agricultura, o sol forte do Alto Sertão, ao contrário de prejudicar, acelera o metabolismo da maioria das plantas e, no limoeiro, previne a incidência de doenças fúngicas que atacam pomares nas outras regiões de Sergipe, como explica o técnico agrícola da companhia, Roberto Vieira.  

 

“Lá no Platô de Neópolis, para evitar a gomose, é plantado no ‘leirão’ e aqui não, o Eudes plantou normal e não encharca. Neópolis chove mais do que aqui, que ele mantém o turno de regra de duas horas e tá sem problema nenhum”, analisou o profissional que fez estágio técnico no Platô sobre limão. 

 

“Nesse período de 45 dias que eu estou colhendo ele, eu tirei uns 350 saquinhos desses de 7 kg, quando vier agora, daqui a 90 dias, é para tirar na base de uns 800 sacos para frente. Fevereiro para março é para tirar isso aí”, projeta Eudes dos Santos. “Eu vou constantemente ao plantio de limão taiti dele, da variedade cravo, e a gente acompanha o turno de rega de duas horas, que é o que o limão precisa. Igual é lá no Platô e ele não está tendo problema aqui nenhum com relação a parte fitossanitária. Começou a aparecer ácaro da ferrugem, mas eu avisei com antecedência e ele pulverizou, resolvendo a situação. O plantio está indo muito bem, o estado vegetativo  e a produção também. Ele estava vendendo de R$ 50, um saco de 25 kg e depois de conversar com o pessoal de Neópolis, eu passei a informação para ele aumentar o preço para R$ 70”, complementa o técnico Roberto Vieira.