Desenvolvimento de safra de Soja no Paraná em meio à seca, lavouras de soja do PR apresentam piora na qualidade e produção será menor, aponta Deral

As áreas da oleaginosa consideradas boas estavam em 57% até o dia 20 de dezembro, contra 71% na semana anterior

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Seca no Paraná fez Deral reduzir números da safra de soja - Foto: Embrapa

 

O Desenvolvimento da safra de soja 2021/22 no estado do Paraná terminou de ser plantada no início do mês de dezembro, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral). O que preocupa os produtores neste momento é o impacto da seca que a região Sul tem enfrentado sobre as lavouras da oleaginosa e de outros grãos no estado, inclusive com revisão das estimativas iniciais de produção pelo departamento.

“Tivemos uma profunda crise hídrica e geadas severas que provocaram perdas na nossa produção. Porém, acabamos o ano mostrando um agro participando em mais de 80% do esforço exportador do Paraná”, explica o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Até o último dia 20 de dezembro, de acordo com o Deral, as áreas da oleaginosa consideradas boas estavam em 57%, contra impressionantes 71% na semana anterior. Ou seja, em uma semana, houve piora de mais de 10 pontos percentuais em áreas da oleaginosa paranaense, de acordo com os dados levantados.

Já as lavouras em situação média estavam em 30%, ante 23% na última avaliação da entidade, enquanto as áreas ruins já somam 13%, sobre 6% na semana anterior. Em relação às fases das lavouras de soja no estado do Paraná, 28% estavam até o dia 20 em desenvolvimento vegetativo, 43% em floração, 28% em frutificação e 1% em maturação.

 

A atualização nas condições de safra do Paraná reflete a seca que o estado tem enfrentado nas últimas semanas, assim como os outros estados da região Sul, em meio à atuação do fenômeno climático La Niña. Tanto é que o estado, inclusive, revisou sua safra de soja para 18,4 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 12% ante a estimativa anterior. Na comparação com o ciclo 2020/21, a queda é de 7%.  

A área de plantio está estimada em 5,6 milhões de hectares, semelhante à da safra anterior. 

“As altas temperaturas e a falta de umidade prejudicam as lavouras em grande parte do estado e foram determinantes para o impacto negativo nas estimativas do Deral. Inicialmente, esperava-se um volume superior a 21 milhões de toneladas”, destacou em informativo o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

A região Oeste do Paraná, onde os agricultores costumam plantar mais cedo do que no restante do estado, é a mais afetada pelas perdas até o momento, segundo o Deral, com queda de 32% nas estimativas de produção. Outra redução significativa, de 26%, foi registrada no Noroeste. 

“Além do clima adverso, essa região está condicionada a características do solo que causam menor conservação da umidade”, explica o economista do Deral, Marcelo Garrido. 

Também há quedas nas expectativas de produção para as regiões Sudoeste (-22%); e Centro-Oeste (-20%). Já no Norte do estado, em regiões como Londrina e Maringá, ainda não é possível avaliar sistematicamente as perdas, já que, se ocorrerem chuvas nos próximos dias, as condições das lavouras podem melhorar.