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Cultivares de trigo
Sucesso na lavoura começa com escolha correta das cultivares de trigo, mostra estudo
Condições do manejo adotado pelo produtor e características ambientais durante o ciclo também são importantes para desenvolvimento das lavouras do cereal


O sucesso dos produtores com suas lavouras de trigo começa com a escolha correta das cultivares a serem utilizadas, segundo o artigo “Escolha de cultivares de trigo” elaborado por pesquisadores da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Além disso, segue a dependência da cultura durante seu desenvolvimento para as condições de manejo adotadas pelos produtores rurais e as características ambientais.
O trigo é, atualmente, o segundo cereal mais produzido no mundo. O Brasil, apesar de ter uma produção em 2021/22 estimada em 7,81 milhões de toneladas, mais de 25% maior, em uma área também maior ante a temporada anterior, mais de 16%, de 2,72 milhões de hectares, ainda precisa importar grande quantidade do cereal para consumo interno. A região Sul ainda concentra a maior área cultivada de trigo do país.
“Para que a produção de grão de trigo atinja patamares elevados nas mais diversas regiões do mundo é necessário que as cultivares se adaptem às condições tecnológicas das propriedades, com isso, faz-se necessário que as cultivares sejam avaliadas em todos os ambientes”, explica o artigo. Apesar de o cultivo do cereal já ter sido pensado para outras regiões brasileiras, segundo os pesquisadores, ainda há grande reticência dos produtores.
Além disso, os pesquisadores destacam a baixa eficiência da triticultura brasileira. Enquanto que lavouras na Europa chegam a superar os 5 mil kg/ha de produtividade em uma safra, o Brasil registrou 2.868 kg/ha em 2021, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Dentre os fatores que proporcionam um aumento de eficiência e competitividade da triticultura nacional, Embrapa destaca algumas práticas de manejo cruciais para a obtenção do sucesso com a lavoura. Começa pelo cumprimento dos períodos de semeadura indicados pelo zoneamento agrícola, seguido por investimentos em fertilidade e por uma qualidade de semeadura, considerando aspectos como espaçamento, profundidade e densidade”, diz um trecho do documento.
“Além disso, deve-se realizar um minucioso manejo de plantas invasoras, doenças, pragas e adubação nitrogenada de cobertura. Salienta-se que para um sucesso nos manejos, é de extrema importância a escolha correta da cultivar de exploração, afim de expressar a máxima produção frente aos manejos adotados e observando as peculiaridades edafoclimáticas de cada região”, complementam os pesquisadores.
O Brasil possui mais de uma centena de cultivares registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os pesquisadores utilizaram em ensaios para a pesquisa 15 cultivares em uma mesma área.
“Infere-se que as cultivares, dentre as testadas, mais aptas ao cultivo para região central do Rio Grande do Sul, são BRS 327, Quartzo, Toruk, Iguaçu e Parrudo, por apresentarem maior produtividade de grãos e terem obtido uma massa de hectolitro satisfatória, levando em conta as adversidades climáticas no momento da colheita. Contudo é preciso sempre ter em mente o forte controle genético que é imposto à produtividade, acarretando a esta uma alta dependência do manejo adotado pelo produtor e das condições ambientais durante o ciclo”, pontua a publicação.