Embrapa Trigo e Aprosoja do Rio Grande do Sul firmam parceria para pesquisa e transferência tecnológica para o cultivo da soja no estado 

Ações que serão realizadas em sete áreas do Rio Grande do Sul devem começar ainda em 2022, segundo as instituições, e vão desde fóruns regionais a pesquisas em campo 

Décio Teixeira, Presidente da Aprosoja-RS e Jorge Lemainski, Chefe-Geral da Embrapa Trigo - Foto: Aprosoja-RS

 

O ano de 2022 deve ser de mais desenvolvimento na cultura da soja no Rio Grande do Sul, isso porque foi firmada uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Trigo) e a Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS) para a realização de ações de pesquisa e de transferência de tecnologias para o cultivo da oleaginosa no Estado. O acordo, segundo a Embrapa,  prevê a realização de fóruns regionais, avaliação de cultivares e pesquisas nas propriedades rurais. Para a realização dos trabalhos, serão instaladas sete unidades de referência tecnológica em diferentes regiões do Rio Grande do Sul.  

 

De acordo com informações da Embrapa, o chefe de Transferência de Tecnologia, da Embrapa Trigo, Giovani Faé, explicou que o acordo prevê uma série de atividades, partindo da realização de fóruns regionais, avaliação de cultivares da oleaginosa até pesquisas em campo, sempre contando com a participação direta dos produtores e da assistência técnica nas propriedades para a geração de conhecimento em conjunto. 

 

“De forma preliminar, já foram levantados temas para pesquisa e transferência em genética, manejo do solo, adubação, ajuste fitotécnico, bioinsumos e diversificação de culturas. Mas a ideia é contar com o produtor e o engenheiro agrônomo da propriedade na definição das prioridades, atuando como multiplicadores dos resultados na região”, explica Faé. 

O presidente da Aprosoja-RS, Décio Teixeira, pontua que os produtores estão muito motivados com a nova parceria entre as entidades. "Demarcamos sete áreas no Rio Grande do Sul para fazermos as pesquisas, estamos abrindo para que os interessados do Rio Grande do Sul que até então não conheciam as sementes da Embrapa e que agora estão maravilhados com o desempenho passem a conhecer", disse.  

 

As sete unidades de referência tecnológica citadas por Teixeira foram escolhidas com base na indicação das propriedades pela Aprosoja-RS e serão instaladas em Alegrete, Bagé, Tapes, Santiago, Giruá, Cruz Alta e Lagoa Vermelha. As ações devem iniciar logo após a colheita da soja, com planejamento para os próximos dois anos, conforme informações da Embrapa. 

 

Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo, ressalta que “a melhor safra de verão começa no inverno”. Ele ainda acrescenta que a boa cobertura do solo e o aporte de raízes geradas pelos cereais de inverno vão refletir na produtividade da soja no verão.  “Estudos da Embrapa Soja mostraram que o cultivo de trigo no inverno pode resultar em um aumento superior a 50% na produtividade da soja em relação ao pousio”. 

 

Ele ainda ressalta os objetivos da parceria da Embrapa Trigo com a Aprosoja-RS, pontuando que “esta parceria vai fazer com que as tecnologias desenvolvidas pela ciência realmente aconteçam no campo, com o conhecimento apropriado pelo produtor e assistência técnica para um manejo mais eficiente nas lavouras, resultando em mais renda e menos riscos na produção da soja”. 

 

Teixeira, acrescenta que "a expectativa é avaliar as tecnologias junto com os produtores associados. A verificação dos resultados nas propriedades vai possibilitar maior segurança nos investimentos e ampliar o potencial das lavouras gaúchas”. 

 

Segundo o presidente da Aprosoja-RS, a partir de janeiro de 2022 as equipes já estarão atuando nestes sete pontos do Estado "com tudo o que seja possível de ser testado, não só as variedades de soja, como também tipos de fertilizantes, manejo e cobertura de solos". 

 

Lemanski explica ainda que a Embrapa Trigo, combinada com a Embrapa Soja desenvolvem genética no Rio Grande do Sul que estão disponíveis para o mercado, com qualidade industrial e sanidade.  

 

"Esses aspectos fazem com que a Aprosoja, que percebe na Embrapa uma empresa pública que é da sociedade brasileira, a possibilidade de fazer uma atuação de mútuo interesse para que as tecnologias desenvolvidas pela ciência aconteçam no campo em parceria com produtor, consultores técnicos, protagonistas da soja no Brasil. É uma parceria que vem ao encontro das melhores práticas sendo realizadas no campo, mais renda com menos risco com a genética Embrapa implantadas no campo", afirmou.