Uva: Argentina avança no controle de principal praga na produção de uvas; condição é considerada quarentenária do Brasil 

Lobesia botrana  é responsável por afetar a produção da fruta em importantes pólos produtores, trazendo impacto tanto na produtividade quanto na qualidade de uvas e vinhos 

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Orientação para o produtor argentino é procurar por técnicos para auxílio no combate da praga de forma que a fruta não fique com resíduo que podem atrapalhar o mercado - Foto: Senasa

Um alerta que vem acontecendo na produção de uva no país vizinho, Argentina, pode colocar o produtor brasileiro para ter mais atenção em relação às pragas e doenças que vêm chamando atenção do produtor depois da fronteira.  

 

O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) emitiu o terceiro alerta para controle da Lobesia botrana na província de San Juan. Segundo a publicação, a orientação é para produtores em áreas de quarentena ou com plano de contingência na região comecem os pedidos junto ao governo antes do período do voo da videira.  

 

De acordo com os dados, o controle não é obrigatório, mas é interesse para produtores nessas condições. A orientação é que seja procurada ajuda técnica para entender melhor os produtos fitossanitários mais adequados para combate da doença. Ação que também deve ser tomada pelo produtor do Brasil quando encontrar dúvidas para combater pragas e doenças nas áreas de produção. Os serviços técnicos disponíveis ao produtor podem auxiliar no combate, além de manter o setor produtivo atualizado de tudo que acontece no mercado.  

 

Segundo o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), a ação é importante para que o produtor consiga ter uma produção sem resíduos que possam de alguma forma afetar o consumo in natura da uva e até mesmo dos vinhos. Além disso, os recipientes utilizados na propriedade devem ser guardados juntamente com o formulário de campo, orienta o órgão argentino.  

 

Com relação à praga, ela é conhecida pelos produtores como traça europeia dos cachos da videira, e está classificada como quarentenária ausente no Brasil, mas ainda tem presença, além da Argentina, no Chile. 

 

Por se tratar de países próximos ao Brasil é importante que o produtor por aqui tenha conhecimento dos fatos, já que entender como está andando o mercado em questões de oferta e demanda, sobretudo com avanço nas exportações de frutas provenientes do Brasil. Além disso, é super importante que a praga em questão se trata de um dos maiores da cultura a nível mundial e é responsável por assolar a produção de uvas em muitos pólos produtores da fruta. Vale destacar que a doença foi detectada há alguns anos na Europa e na Ásia, mas também já tem um tempo que foi encontrada na produção dos Estados Unidos. Na Argentina ela foi detectada pela primeira vez em 2009.

 

Na Argentina, a doença se espalhou nos últimos anos, trazendo muita preocupação para o setor produtivo do país. A presença da praga em regiões de importantes rotas turísticas na Argentina é um dos fatores que contribuíram para a sua disseminação no país, e por isso o governo argentino atualmente trabalha fortemente nas ações de combate ao problema.  

 

Vale ressaltar que nos dias atuais, além dos trabalhos nas videiras, o setor também foca na limpeza de veículos empregados no transporte de uva provenientes de regiões com a presença da praga como medida de controle. 

 

Explica ainda que a primeira geração de larvas têm como característica se alimentar de botões florais isolados. Posteriormente, a larva avança para outras áreas da videira, criando uma teia como fios de seda que envolvem vários botões florais, formando assim estruturas visíveis a olho nu e conhecidas como "glomérulos".   

 

No Verão, os ataques acontecem com a segunda geração de larvas, que tem como característica comer primeiro a parte externa de bagas verdes. Um pouco mais tarde, a praga entra nas bagas deixando essa parte oca e restando apenas a semente e a casca. Já na reta final da estação mais quente está a maior preocupação. É nesse período que a praga causa mais danos na produção. Nesta fase, a larva come além do interior as bagas, também dentro dos cachos, que consequentemente vão secando aos poucos.