USDA aponta produção de laranja em declínio nas principais origens produtoras da União Europeia na safra 2021/22
USDA aponta produção de laranja em declínio nas principais origens produtoras da União Europeia na safra 2021/22
Além da produtividade, a produção deve ficar no menor volume observado na última década. As condições climáticas adversas são um dos fatores que justificam as baixas e o mercado opera com expectativa de a importação de laranja na União Europeia (UE) ser maior que no período atual.
Segundo informações publicadas pelo Citrus Industry, site internacional focado no setor e com grande relevância no mercado, a safra de laranja da Europa está em declínio. Os dados mais atuais indicam que a produção UE deva ficar em 6,1 milhões de toneladas na safra 2021/22.
]Os dados foram divulgados em levantamento realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e representa 6% a menos do que o produzido no ciclo anterior e é 3,3% menor do que a média observada nos últimos 10 anos na União Europeia, de 6,3 milhões de toneladas.
Com relação às áreas de produção na Europa, Itália e Espanha atualmente correspondem a 80% da produção de laranjas. Os outros 20% são distribuídos em outros países, como por exemplo na Grécia e Portugal. Para a temporada 2021/22, a área de produção deve ter recuo de 0,8% em comparação com a safra anterior, ficando em 276,245 mil hectares.
O USDA mostrou ainda que a Espanha é o maior produtor de laranja da União Europeia, com previsão de que a safra espanhola não apresente variações no ciclo 2021/22, com leve aumento de 0,4%, em comparação com o ano anterior, com 3,5 milhões de toneladas. "Na última década a Espanha reduziu sua área plantada de laranja em quase 8%. Em 2020, a área plantada de laranja na Espanha foi de 141,13 mil hectares, a maior área plantada de laranja da União Europeia", destacou.
Já na Itália, a tendência é de queda expressiva na produção atual do ciclo atual, para 1,5 milhão de toneladas. A quebra na produção é reflexo do excesso de chuva que atingiu a Sicília no final do mês de outubro. Na Grécia, a queda também deve ser significativa, em torno de 17% quando se comparada com o ciclo anterior, com produção prevista em 750 mil toneladas. Para Portugal, o USDA apontou recuo de quase 10%, mas ressaltou que na última década o país aumentou a produção em 55% a produção de laranja através de tecnologia e irrigação.
Já quando o assunto é consumo de laranja na União Europeia, o mercado trabalha com 80% da produção sendo destinada para o consumo in-natura e aproximadamente 10% para processamento. E para a temporada 2021/22, há expectativa de redução no consumo de laranja, devido a uma escassez estimada na oferta de laranja.
Para o processamento de suco e subprodutos, a entidade trabalha com a expectativa de redução em 10% em relação ao período anterior, também refletindo a redução na oferta de laranja. Atualmente, a Espanha é o produtor que mais destina a produção para processamento, em seguida aparece a Itália - que destina aproximadamente 20% da produção. Na Espanha, existem mais de 30 processadores de cítricos para o mercado doméstico e internacional.
A publicação destaca ainda o fato de a União Europeia ser um importante comprador líquido de laranja para abastecimento doméstico e de exportação. "Após um aumento significativo na produção de laranja da UE em comparação com a temporada anterior em 2020-21, a UE importou 10% menos laranjas do que na temporada anterior, situando-se em 858.355 toneladas", afirma.
Os maiores fornecedores de laranja para UE continuam sendo Egito e África do Sul. A tendência é que neste ciclo as importações de laranja da União Europeia aumentem de forma significativa, resposta ao declínio já mencionado e também esperado pelo mercado.
A publicação finaliza destacando que no ciclo 2020/21, o volume das exportações de laranja da UE diminuiu 1,7%, para 410,314 mil toneladas. No entanto, as exportações de laranja da UE foram avaliadas 6,5% a mais, em US$ 388 milhões.