Pesquisa inédita comprova que para combater greening é preciso fazer a remoção completa da planta doente 

Trabalho foi publicado pela Fundecitrus e também avaliou as áreas mais propícias a desenvolver o greening em São Paulo e no Triângulo Mineiro 

ncidência da doença chamou atenção do setor no Brasil nos dias e medidas de combate estão sendo adotadas nas áreas de produção em São Paulo e de Minas Gerais - Estado de São Paulo

Há alguns anos, a incidência do greening devastou a produção de laranja da Flórida, que até então era um grande produtor e concorrente direto do Brasil na produção do fruto.  No Brasil, a doença, que é considerada a principal da citricultura, foi identificada pela primeira vez em 2004 e desde então as pesquisas avançam com o objetivo de encontrar soluções para proteger a produção do Brasil e ajudar o produtor na melhor tomada de decisão no campo.

 

 2021, o aumento da doença no cinturão citrícola do Brasil chamou atenção e as lideranças do setor vêm buscando por soluções rápidas, além de fazer um forte trabalho de conscientização da necessidade dos bons tratos culturais junto ao produtor.  

 

Após alguns anos de pesquisas, a Fundecitrus apresentou recentemente resultados inéditos e que explicam como a doença se espalha rapidamente pelo pomar. A pesquisa mede a velocidade com que a bactéria causadora do greening se movimenta nas plantas, além de comprovar que para combater a doença é mais eficaz fazer a remoção das plantas doentes. Apresentou ainda porque apesar de chamar atenção em algumas áreas, em outras o greening tem evoluído mais lentamente.  

 

Segundo a publicação, a bactéria analisada foi a Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas) e verificou-se que a doença tem evoluído de forma mais lenta em regiões de verões mais quentes e de invernos mais frios no Triângulo Mineiro e no estado de São Paulo.  

 

"Descobriu-se que ela se move a uma velocidade média de 2,9 a 3,8 cm por dia. A essas velocidades, uma árvore de, por exemplo, 3 metros de altura, é colonizada dos ramos até as raízes pela bactéria em cerca de 80 a 100 dias", afirma a instituição.  

 

Sendo assim, com o tempo mais curto que o necessário para aparecerem os sintomas nos ramos infectados, que é de aproximadamente quatro meses depois da transmissão da bactéria, a doença já está nas raízes. A partir daí, a pesquisa mostra que a bactéria invade qualquer ramo da planta, seja ela podada ou não. No caso das plantas mais novas, o tempo de avanço da doença é ainda mais curto.  

 

"Quanto ao impacto da temperatura, observou-se que a translocação é mais rápida na faixa de temperatura entre 18°C e 30°C, e mais lenta nas faixas de 8°C a 20°C e de 24°C a 38°C. Por meio de modelagem estatística, estimou-se que 25,7°C é a temperatura de maior velocidade de translocação", complementa.  

 

Com esses resultados, a Fundecitrus chega a conclusão de que não é possível curar uma planta já com a doença através da poda ou termoterapia da copa da planta. A orientação ao produtor é que essa planta doente seja eliminada, já que com o tempo ela passa a produzir cada vez menos, e o mais importante, se não for eliminada, continua servindo de fonte de contaminação para outras plantas saudáveis.  

 

A partir de agora, os resultados também serão eficientes na busca de testes de novos produtos para controle da bactéria. A ideia é que seja possível encontrar um produto que tenha como principal função reduzir ou impedir a multiplicação da bactéria dentro da planta, podendo assim impedir que ela fique doente.  

 

Com relação às áreas de cultivos, os resultados também colocam o setor para pensar onde são as melhores áreas para se produzir laranja no Brasil. Os dados obtidos com as temperaturas mostram que em certas faixas de temperatura a bactéria se transloca mais lentamente. "É mais um dado que o produtor pode usar no momento de escolher uma área ou região, também não se esquecendo de que quanto mais distante o local escolhido estiver de pomares abandonados e áreas urbanas, ainda menos arriscado o novo investimento será", afirma.  

 

Para acessar a pesquisa completa clique aqui: https://apsjournals.apsnet.org/doi/10.1094/PHYTO-12-20-0559-R